Filho do carioca Claudio Tigre Maia, Luiz, de 7 anos, visitou recentemente um psicólogo da cidade americana de Houston porque começou a ter medo de escuro. Voltou a frequentar o quarto dos pais durante a noite, e diz que quer viajar para o Rio de carro. A família, que mora nos Estados Unidos e passou férias no Brasil,estava no voo da Continental Airlines que enfrentou forte turbulência no dia 2 de agosto deste ano, durante a viagem entre Rio e Houston, e teve que ser desviado para Miami. Claudio tem medo de o filho ter ficado com algum trauma da viagem e acredita que a empresa aérea deveria arcar com os custos de um possível tratamento. O engenheiro conta que a assistência prestada pela Continental no dia do incidente foi insuficiente:
- A primeira atitude foi atender quem estava ferido dentro da aeronave. Em seguida, quem não havia se machucado aguardou por três horas até chegar a constatação de que o avião não tinha condições de seguir viagem para Houston. Já no aeroporto, as pessoas não foram levadas para uma sala exclusiva e tiveram que esperar no saguão pelo segundo voo que partiu para o destino final, pois o primeiro não foi disponibilizado.
Chegando a Houston, Claudio e a família realizaram exames médicos que lhe custaram mais de U$ 900. Da Continental, recebeu uma carta informando que a companhia estornaria o preço das passagens. Para o engenheiro carioca, porém, é pouco.
- Não tem como mensurar o mal que isso nos causou. Corporativamente, acho que eles deveriam disponibilizar assistência psicológica e médica - afirma
Claudio, que lembra ter visto pessoas presas no teto da aeronave, outras machucadas e outras, ainda, em estado de choque.
A Continental confirmou que entrou em contato com os passageiros para efetuar o estorno, e informou que está analisando os pedidos de reembolso de tratamentos realizados posteriormente.
Para a advogada Flavia Abdala, esposa de Mario Trindade, que também estava no avião, a iniciativa da companhia de reembolsar o dinheiro gasto na compra das passagens reflete uma inversão de valores. O casal defende a oferta de um tratamento psicológico para quem passou pelo susto. De acordo com os passageiros, durante a turbulência, a aeronave chegou a entrar em queda livre por cerca de sete segundos e algumas pessoas foram arremessadas para o teto. Logo depois da viagem, Mario teve problemas para dormir e, quando conseguia pegar no sono, falava durante a noite e tinha tremores.
Consultado pelo site do GLOBO, o advogado Eduardo Tavares, com experiência em Direito Aeronáutico, explica que a turbulência é um risco iminente quando se viaja de avião e que, se não houve responsabilidade do piloto, a empresa tem que arcar com os danos efetivamente causados. Para ser reembolsado por um tratamento psicológico, o passageiro tem que comprovar o trauma sofrido.
Para a psicóloga Angela Donato, seria importante que as pessoas tivessem certeza de que podem contar com uma assistência, caso algum incidente aconteça. No entanto, ela defende que as consequências de um susto deste tipo não sejam generalizadas, já que cada pessoa reage de uma forma:
- Acho que as reações psicológicas são pré-existentes. Os problemas em viagens aéreas não são determinantes para nossa mente, eles apenas dão um empurrãozinho para nossos medos.
Fonte: Juliana Câmara (O Globo)
- A primeira atitude foi atender quem estava ferido dentro da aeronave. Em seguida, quem não havia se machucado aguardou por três horas até chegar a constatação de que o avião não tinha condições de seguir viagem para Houston. Já no aeroporto, as pessoas não foram levadas para uma sala exclusiva e tiveram que esperar no saguão pelo segundo voo que partiu para o destino final, pois o primeiro não foi disponibilizado.
Chegando a Houston, Claudio e a família realizaram exames médicos que lhe custaram mais de U$ 900. Da Continental, recebeu uma carta informando que a companhia estornaria o preço das passagens. Para o engenheiro carioca, porém, é pouco.
- Não tem como mensurar o mal que isso nos causou. Corporativamente, acho que eles deveriam disponibilizar assistência psicológica e médica - afirma
Claudio, que lembra ter visto pessoas presas no teto da aeronave, outras machucadas e outras, ainda, em estado de choque.
A Continental confirmou que entrou em contato com os passageiros para efetuar o estorno, e informou que está analisando os pedidos de reembolso de tratamentos realizados posteriormente.
Para a advogada Flavia Abdala, esposa de Mario Trindade, que também estava no avião, a iniciativa da companhia de reembolsar o dinheiro gasto na compra das passagens reflete uma inversão de valores. O casal defende a oferta de um tratamento psicológico para quem passou pelo susto. De acordo com os passageiros, durante a turbulência, a aeronave chegou a entrar em queda livre por cerca de sete segundos e algumas pessoas foram arremessadas para o teto. Logo depois da viagem, Mario teve problemas para dormir e, quando conseguia pegar no sono, falava durante a noite e tinha tremores.
Consultado pelo site do GLOBO, o advogado Eduardo Tavares, com experiência em Direito Aeronáutico, explica que a turbulência é um risco iminente quando se viaja de avião e que, se não houve responsabilidade do piloto, a empresa tem que arcar com os danos efetivamente causados. Para ser reembolsado por um tratamento psicológico, o passageiro tem que comprovar o trauma sofrido.
Para a psicóloga Angela Donato, seria importante que as pessoas tivessem certeza de que podem contar com uma assistência, caso algum incidente aconteça. No entanto, ela defende que as consequências de um susto deste tipo não sejam generalizadas, já que cada pessoa reage de uma forma:
- Acho que as reações psicológicas são pré-existentes. Os problemas em viagens aéreas não são determinantes para nossa mente, eles apenas dão um empurrãozinho para nossos medos.
Fonte: Juliana Câmara (O Globo)
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