quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Presidente afegão diz que gostaria de derrubar aviões dos EUA

O presidente afegão, Hamid Karzai (foto), disse nesta quarta-feira que derrubaria os aviões dos Estados Unidos que estão bombardeando vilas se pudesse, em um sinal da crescente tensão entre o Afeganistão e seus aliados ocidentais no momento em que a insurgência Taliban se fortalece na região.

A insatisfação do Ocidente com Karzai cresce por seu fracasso no combate à corrupção e no governo efetivamente, e o presidente afegão, que enfrenta eleições no ano que vem, rebate denunciando as mortes de dezenas de civis em ataques aéreos de forças estrangeiras.

Nas últimas semanas, Kazai culpou repetidamente o Ocidente pela piora na segurança do Afeganistão, dizendo que a Otan falhou em destruir os santuários do Taliban e da Al Qaeda no Paquistão, e pedindo para que a guerra saia das vilas afegãs.

"Não temos outra escolha, não temos o poder para parar os aviões, se pudéssemos, eu faria isso ... Iríamos pará-los e colocá-los no chão", disse Karzai em entrevista coletiva.

Ele disse que se tivesse uma funda, algo como uma corda para arremessar uma pedra que esteja presa em uma de suas extremidades, conhecida no país como chelak e utilizada para derrubar pipas, ele a usaria.

"Se tivéssemos um chelak, arremessaríamos uma pedra para parar a aeronave norte-americana. Não temos radares para contê-los no céu. Não temos aviões", disse. "Queria poder interceptar os aviões que estão bombardeando vilas, mas isso não está em minhas mãos."

O Afeganistão sofreu neste ano com os maiores índices de violência desde o início da invasão comandada pelos EUA, que depôs o governo Taliban em 2001, matando pelo menos 4.000 pessoas, pelo menos um terço delas de civis.

Apesar da presença de 65 mil soldados estrangeiros que servem de suporte para os 130 mil soldados afegãos, os insurgentes do Taliban crescem com confiança em suas terras natais tradicionais, no sul e leste do país, já estendendo sua influência para as regiões próximas da capital Cabul.

Fonte: Sayed Salahuddin (Reuters)

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