terça-feira, 22 de julho de 2008

Airbus supera Boeing na 'guerra dos pedidos' em feira inglesa

Fabricante européia fechou venda de 247 aeronaves, contra 197 da empresa americana.

Em valor, vendas da Airbus foram cerca de US$ 15 bilhões superiores às da Boeing.


A fabricante européia de aviões Airbus chegou ao fim da edição de 2008 do Airshow de Farnborough, na Inglaterra, como a grande vencedora na batalha dos pedidos, deixando a arqui-rival Boeing no segundo lugar. Principal feira aérea do mundo, o evento encerrado no último domingo (20) é considerado um dos principais termômetros da indústria aeronáutica mundial.

Nos cinco dias da feira de negócios, a Airbus recebeu pedidos firmes de oito clientes diferentes, para um total de 247 aeronaves comerciais. Outras duas companhias assinaram memorandos de entendimento para a compra de outras nove aeronaves. A preços de tabela, os negócios fechados pela Airbus têm valor total avaliado em US$ 40,5 bilhões.

Pedidos

Entre as transações, 10 novos pedidos para o superjumbo A380, feitos pela Etihad Airways. A empresa de Abu Dhabi comprou os aviões após cancelar um pedido anterior, pelo qual receberia quatro unidades desse modelo, usadas anteriormente para testes pela Airbus.

De acordo com o executivo-chefe de Operações e Clientes da Airbus, John Leahy, o resultado da feira mostra que a expectativa de negócios fracos por conta da crise na indústria aérea nos EUA e dos altos preços do petróleo era exagerada. A fabricante, que iniciou o ano prevendo a venda de 700 aviões neste ano, já elevou essa meta para 850 unidades. Segundo Leahy, a Airbus já acumula 730 pedidos neste ano.

"É possível que tenhamos que elevar essa meta", diz o executivo. Ainda assim, ele se mostra mais cauteloso em relação ao segundo semestre. "O mercado será muito mais fraco no segundo semestre do que foi no primeiro", disse Leahy.

Segunda colocação

A Boeing, por sua vez, teve um airshow mais fraco neste ano em Farnborough. A fabricante norte-americana anunciou 197 pedidos firmes, apresentados por seis clientes diferentes. A preços de tabela, o valor total desses pedidos chega próximo de US$ 25 bilhões. Outra diferença é que a maioria desses pedidos já havia sido incluído anteriormente à carteira da companhia, apenas sem a identificação do comprador.

Das 197 ordens anunciadas pela Boeing na feira, apenas 65 foram resultado direto da operação em Farnborough. No fim, a companhia norte-americana utilizou do próprio artifício que seu vice-presidente de Marketing, Randy Tinseth, condenava em seu blog corporativo no início da semana do Airshow.

"O que vem por aí? Bem, aqui está o que posso com confiança prever para o airshow deste ano: muita conversa acerca de quem entre Boeing e Airbus está ganhando a 'guerra dos pedidos' neste ano. E que essas conversas não serão mais relevantes do que são normalmente. Nosso competidor tende a segurar seus anúncios de pedidos até a data do airshow, na tentativa de criar um 'barulho'. Mas a Boeing vê a semana do airshow como apenas uma em 52", escreveu o executivo.

A considerar suas declarações, mesmo as outras semanas neste ano têm sido mais fracas para a Boeing em relação à Airbus. Até o dia 15 de julho deste ano, a fabricante norte-americana acumulava pedidos para apenas 542 aeronaves, cerca de 25% menos que a rival européia.

Fonte: Valor OnLine

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