Vista aérea da Base Aérea das Lajes, 1989. Na imagem é possível ver aviões de carga da Força Aérea dos Estados Unidos da América e aviões de patrulha anti-submarina da Força Aérea Portuguesa - Foto: Fernando Serna
Os EUA manifestaram nesta quinta-feira (21), na comissão bilateral que acompanha o Acordo das Lajes, a intenção de utilizar a base da ilha Terceira, nos Açores, para apoio ao treino de novos aviões militares no espaço aéreo junto ao arquipélago, segundo a Agência Lusa.
O representante dos Açores na comissão bilateral, que ontem se reuniram em Lisboa, adiantou que os representantes norte-americanos apenas apresentaram uma "manifestação de vontade", que representa uma "fase inicial" do processo.
Ao abrigo do Acordo de Cooperação e Defesa assinado entre Portugal e os Estados Unidos, as Forças Armadas norte-americanos possuem um destacamento na base portuguesa das Lajes.
Segundo André Bradford, esta intenção de criar uma zona de treino deverá evoluir para estudos técnicos ao nível das Forças Aéreas dos dois países.
O representante açoriano adiantou ainda que os Estados Unidos deixaram claro na reunião que este campo de treino para novos aviões militares não implica o uso de armas reais de combate.
"Tomamos nota desta vontade dos norte-americanos", disse André Bradford, para quem as autoridades dos Açores não estão fechadas à possibilidade de criação de novas valências na base da ilha Terceira, desde que salvaguardados fatores ambientais e de segurança.
Os Açores e as Lajes têm sido, devido à sua posição estratégica entre a Europa e a América, uma plataforma essencial para o reforço da defesa do continente europeu e ponto de projeção americana para o Mediterrâneo, Norte de África, Médio Oriente e Ásia.
A Base Aérea das Lajes
A Base Aérea Nº4 (BA4) é uma infraestrutura aeronautica de grandes dimensões da Força Aérea Portuguesa, dependente do Comando da Zona Aérea dos Açores.
A base está instalada na povoação das Lajes situada na parte nordeste da ilha Terceira, no arquipélago dos Açores. Com cerca de 10 km², a base ocupa a parte central da planície do Ramo Grande e boa parte da encosta da Serra de Santiago, com pistas de aterragem e áreas de estacionamento. Tem ainda anexo o molhe norte do porto da Praia da Vitória (Porto Militar), ao qual está ligada por uma estrada militar. Tem ainda instalações de telecomunicações e de armazenamento de combustíveis dispersas pela ilha (em boa parte desativadas).
A base foi criada em 1941 por ocasião da 2ª Guerra Mundial. Na altura havia uma ameaça de eventual ocupação dos Açores por forças aliadas ou alemãs, violando a neutralidade portuguesa.
Para dissuadir as tentativas de ocupação, o Governo de Portugal enviou fortes contingentes militares para as ilhas, onde se incluiam unidades da Aeronáutica Militar do Exército Português que se instalaram em várias bases no arquipélago.
Em 1943 contudo o Governo Britânico solicitou ao Governo Português, ao abrigo do Tratado de Aliança Luso-Britânico, o uso da Base das Lajes pela Real Força Aérea Britânica (Royal Air Force) o que foi concedido. Ainda antes do fim da 2ª Guerra Mundial, a base começou também a ser utilizada pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) que ainda lá se mantém instalada.
Após o fim da 2ª Guerra Mundial a base teve sobretudo funções na área das operações de Busca e Salvamento, Reconhecimento Meteorológico e Transporte Aéreo Militar.
A base tem tido uma importência estratégica para as Forças Armadas Americanas ao servir de ponto de apoio no meio do Oceano Atlântico às aeronaves que têm vindo a participar ou dar apoio às operações na Europa e no Oriente Médio.
Responsável pela vasta área do Atlântico, águas territoriais dos Açores/Portugal, existe um Centro Coordenador de Busca e Salvamento ao qual estão atribuídos os meios aéreos existentes.
Fontes: Diário Digital (PT) / Wikipédia
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