Na terça, aeronave com 20 pessoas fez um pouso forçado na área da bacia de Campos.
Cinco trabalhadores tercerizados e cinco funcionários da Petrobras se recusaram nesta sexta-feira (29) a embarcar em um helicóptero da empresa BHS que os levaria para a plataforma P-8, no campo de Marimbás, na bacia de Campos, Norte Fluminense, com medo de novos acidentes e preocupados com as condições de trabalho, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
"Existe um medo dos empregados e dos terceirizados. Nos últimos anos houve muitos acidentes e mortes com essa e outras empresas", disse o diretor das FUP, João Antonio de Moraes. O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense também confirmou a informações.
Mortes
Os dados da FUP apontam que nos últimos dez anos 210 trabalhadores da Petrobras morreram em acidentes, sendo 39 empregados próprios e 171 de empresas contratadas pela estatal.
"Os terceirizados não param de crescer na empresa. Hoje são 170 mil contra 50 mil concursados. Isso ocorre principalmente na área de exploração e produção. Os terceirizados ganham menos, têm jornada de trabalho maior e não têm a mesma proteção. Isso prejudica a segurança", acrescentou Moraes.
Mobilização
A FUP quer realizar na semana que vem uma mobilização nacional para chamar a atenção da Petrobras e da sociedade para as condições de trabalho na estatal.
"O objetivo não é parar a produção. É atrasar a troca de turno para podermos conversar com o pessoal sobre o que está acontecendo", disse Moraes.
Ele entregou uma carta ao presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, cobrando medidas da companhia. A estatal confirma a recusa dos funcionários de embarcar em helicópteros da BHS, mas considera o fato isolado e afirmou que alguns vôos programados para a sexta-feira de manhã foram transferidos para sábado por uma questão de logística.
Na terça-feira, uma aeronave da empresa com 20 pessoas fez um pouso forçado no mar, na área da bacia de Campos, e quatro empregados morreram e um está desaparecido.
A empresa BHS diz desconhecer a informação sobre a recusa dos funcionários subir em sua aeronave.
Fontes: G1 / Reuters
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