domingo, 14 de outubro de 2007

Vôo que rompeu a barreira do som completa 60 anos nesta semana









Americano Chuck Yeager, com 84 anos, relembra feito histórico realizado em 1947.

"Não vá arrebentar o seu traseiro", teria dito militar que chefiou teste.

A lenda de Yeager

O piloto americano Chuck Yeager lutou contra os alemães a bordo de um avião na Segunda Guerra Mundial, foi retratado no filme "Os Eleitos", mas nada chega perto da maior de suas realizações: no próximo dia 14, completam-se 60 anos desde o vôo histórico em que Yeager rompeu a barreira do som pela primeira vez na história.

Yeager, então com apenas 24 anos, realizou a façanha do avião experimental Bell X-1, que era impulsionado por um foguete. O projeto do Bell X-1 era, na época, o mais importante conduzido pelo Comitê Consultivo Nacional de Aviação (Naca) dos Estados Unidos. E o piloto diz que ainda está voando - e quebrando a barreira do som, em velocidades superiores a 1.100 km/h, como nos velhos tempos.

"O vôo supersônico permitiu que os EUA voassem mais rápido que o inimigo e, o mais importante, abriu as portas do espaço: Guerra nas Estrelas, satélites", disse Yeager em entrevista por escrito, na qual recontou com seu estilo lacônico suas memórias como piloto de testes.

De fato, dez anos depois da façanha de Yeager, os Estados Unidos lançou o Mercury, seu programa de vôo espacial tripulado que criaria as bases para as naves Apollo e acabaria colocando seres humanos na Lua.

Traseiro em risco

Yeager contou a conversa que teve com seu mentor em 1947, o coronel Albert Boyd, chefe da Divisão de Testes de Sistemas Aeronáuticos da Naca. "Ultrapasse Mach 1 [a velocidade do som] assim que der, não me vá arrebentar o seu traseiro e não vá me deixar a Força Aérea em maus lençóis", teria dito Boyd.

Ao longo de sua carreira, Yeager acabou chegando à patente de brigadeiro e voou pelo mundo inteiro. Segundo ele, quebrar a barreira do som ainda é o seu feito que mais lhe dá "uma sensação de realização". "Fiz o que o velho nos mandou fazer", diz ele, referindo-se outra vez a Boyd. Seu avião acabou ganhando o apelido de "Glennis Glamurosa", em homenagem à sua mulher.

Desde o dia histórico, Yeager diz que quebrar a barreira do som virou quase uma rotina para ele - as vezes em que o fez seriam "tantas que não dá nem para contar". "No dia 21 de setembro, voei num F-16 e rompi a barreira do som de novo, para comemorar o aniversário de 60 anos", afirma o aviador.

Mas Yeager diz que as velocidades supersônicas nunca serão rotina na aviação comercial, apesar dos muitos projetos mundo afora. "Não é econômico", afirma.

Fonte e Fotos: France Presse

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