Parece que não acabará tão cedo a novela institulada “voo por instrumento no aeroporto de Bauru”. Na última terça-feira, passageiros que não conseguiram embarcar nos aviões devido ao tempo eram puro desânimo. O terminal funciona hoje apenas para operações visuais diurna e noturna e não deve ter uma melhora rápida na situação.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Comercial) informou que não recebeu ainda nenhuma solicitação para homologar voo por instrumentos no aeroporto de Bauru. A homologação final será dada pela agência, porém, só depois dos testes do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
A agência esclarece que normalmente os administradores de aeroportos aguardam a finalização dos trabalhos do Decea para pedir a homologação final na Anac.
O departamento já iniciou parte dos testes necessários em Bauru. Por meio do ICA (Instituto de Cartografia Aeronáutica), foi feito o levantamento cartográfico de obstáculos no aeroporto entre os dias 22 e 28 de agosto. A partir disso é feita a confecção das cartas de aproximação de aeronaves para operação por instrumentos.
Porém, o Decea, até sexta-feira, não forneceu nenhuma informação sobre o andamento desse trabalho. O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, em Brasília, e o Decea, no Rio de Janeiro foram contatados diversas vezes pela reportagem do BOM DIA, mas sem respostas afirmativas.
Órgãos ‘batem cabeça’ com pedidos
O trabalho da Aeronáutica para homologar operações por instrumentos também inclui voos de experiências com as aeronaves do Geiv (Grupo Especial de Inspeção em Voo) para testar as cartas. Não há prazo.
Para ter o voo por instrumentos, o aeroporto também precisará da licença para funcionamento de um rádio farol (NDB) e da frequência do rádio VHF. Quem libera isso é a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Nesse ponto as informações são escassas. O Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) afirma que já solicitou à Anatel as licenças. Procurada, a Anatel respondeu que precisa do número do protocolo do pedido para checar como está a liberação, que levaria cerca de 15 dias.
O Daesp disse que não tem esse número de protocolo. Resultado: a Anatel se nega a dar prazos. O problema maior é que desde 11 de novembro o Daesp afirma ter feito esse pedido à Anatel.
Na última quinta-feira, o Daesp anunciou abertura de licitação para o dia 18 deste mês para contratação de uma empresa que prestará serviços de telecomunicações e tráfego aéreo no EPTA (Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo).
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Daesp afirma que todo o processo dessa licitação deve demorar cerca de 30 dias, mas se nega a dar um prazo para a homologação final do voo por instrumentos no aeroporto de Bauru.
Fonte e foto: Reinaldo Chaves (Agência Bom Dias)