Estúdio de design projeta ambientes levando em consideração questões como certo distanciamento social e higiene.
A pandemia do novo coronavírus mudou muitas coisas: a forma como nos relacionamos, trabalhamos, viajamos.
As viagens aéreas ainda estão longe do cenário pré-pandemia, mas em maio o setor começou a ensaiar um retorno. Mesmo assim, muitos seguem preocupados – e com razão – com a possibilidade de entrar em um avião lotado.
A questão parece já ter o esboço de algumas soluções. Alguns designers já olham para o futuro e pensam em como as cabines das aeronaves podem se transformar para tentar aumentar a sensação de segurança.
Os que viajarem na categoria “pure skies rooms” ficarão em espaços pessoais totalmente fechados, separados por cortinas |
Em um novo conceito, recentemente lançado, o estúdio de design PriestmanGoode, com sede no Reino Unido, desenvolveu uma cabine pós-pandemia, focando em higiene e espaço pessoal visando manter os passageiros seguros e relaxados.
A empresa fez uma releitura das classes econômica e executiva. Os passageiros das “pure skies zones” (como a companhia chama a classe econômica) vão ficar em uma espécie de assento escalonado, para que possam viajar sozinhos, em casal ou em grupos.
Telas divisórias serão colocadas para separar as fileiras de poltronas |
Telas divisórias também serão colocadas para separar as fileiras de poltronas, enquanto os sistemas de entretenimento a bordo serão removidos em função dos aparelhos eletrônicos dos próprios passageiros.
Mas algumas coisas nunca mudam: voar na classe executiva é sempre mais divertido que a na econômica.
Os que viajarem na categoria “pure skies rooms” (a classe executiva para a PriestmanGoode) ficarão em espaços pessoais totalmente fechados, separados por cortinas e equipados com sistemas de controle de luz e temperatura, além de um guarda-roupa pessoal e um sistema de entretenimento a bordo sincronizado com os aparelhos eletrônicos dos passageiros.
Além de confortável, a cabine também tem itens de higiene, como material antibacteriano. O estúdio de design incorporou ainda calor e limpeza com raios ultravioleta como parte de um processo pré-embarque, e disponibilizou recursos sem toque dentro da cabine.
Cabine da classe executiva vai contar com sistemas de controle de luz e temperatura e um sistema de entretenimento a bordo sincronizado com os aparelhos eletrônicos dos passageiros |
“Olhamos para frente para imaginar cenários futuros e levar em consideração os novos comportamentos dos passageiros, conduzidos pela pandemia global, para garantir que nosso design possa ser implementado dentro de alguns anos, atendendo aos requisitos de usuários e companhias aéreas por muito tempo”, afirmou o cofundador e diretor da PriestmanGoode, Nigel Goode, em um comunicado.
Projeto para o futuro
Apesar de as cabines não fazerem parte da experiência de viagem dos passageiros no futuro próximo, de acordo com a PriestmanGoode, pode levar cerca de três anos para desenvolvê-las e certificá-las.
“Com passageiros e funcionários das companhias aéreas no centro deste projeto, não apenas consideramos as atuais ansiedades, mas também tentamos garantir que nossas soluções sejam à prova de futuras pandemias, reconhecendo o grande comprometimento e investimento envolvidos”, afirmou ele.
Cabine também conta com itens de higiene, como materiais antibacterianos |
A companhia espera que, por meio de uma combinação de recursos de design inovadores, tecnologia sem toque e inovação material, as linhas aéreas poderão melhorar o espaço pessoal e a higiene e tranquilizar os passageiros – medidas que, segundo eles, serão vitais para a indústria aérea, mesmo depois de passada a pandemia.
Nesta semana, a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, em inglês) anunciou que o setor não vai conseguir se recuperar da crise causada pela Covid-19 até 2024, um ano a mais do que o inicialmente previsto.
Após uma revisão dos dados, o grupo, que representa 290 linhas aéreas, previu que o tráfego internacional de passageiros vai cair 55% em 2020, em comparação a 2019. A lenta recuperação é atribuída a inúmeros fatores, incluindo a falta de confiança por parte dos consumidores, o declínio das viagens a trabalho e os novos picos de casos do novo coronavírus em alguns países.
Via Amy Woodyatt, da CNN - Imagens: Divulgação/PriestmanGoode
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