segunda-feira, 14 de junho de 2021

Como GOL e Azul lutam pela conectividade regional brasileira


Na semana passada, a GOL Linhas Aéreas comprou uma pequena transportadora regional brasileira chamada MAP Transportes Aéreos. A aquisição da companhia aérea teve o objetivo de impulsionar a conectividade regional da GOL em todo o Brasil. Dias depois, a Azul anunciou que aumentará os serviços em 50 rotas domésticas.

Essas duas companhias aéreas estão competindo para conectar as cidades menores do Brasil, um mercado historicamente mal atendido. Vejamos suas estratégias e como a nova startup brasileira, Ita Transportes Aéreos, também pode entrar na briga.

Anuncio da GOL


A aquisição do MAP pela GOL foi um movimento estratégico de consolidação racional no mercado brasileiro de aviação, segundo comunicado da companhia aérea. A MAP foi a quinta maior companhia aérea do Brasil no ano passado. Transportou 64.996 passageiros (abaixo dos 128.975 em 2019).

Em junho de 2019, o MAP ofereceu 144 voos mensais, conforme informado pela base de dados da Cirium. Possuía 14 rotas pelo Brasil, operando com uma estratégia ponto a ponto. Seu maior hub era Manaus, e sua rota mais importante era Manaus-Parintins. O MAP possui uma frota de seis aeronaves ATR, modelos 42-200, -300 e -500, conforme o ch-aviation.com.

Este era o mapa de conectividade regional do MAP em janeiro de 2021 (Foto: Cirium)
Em 2021, Cirium mostra que o MAP restaurou a conectividade em 12 das 13 cidades que atendia na pré-pandemia. Só falta o Trombetas. Para a GOL, esse mapa de rotas foi fundamental. 

Paulo Kakinoff, CEO da GOL, disse: “Esta aquisição adicional é um passo significativo em nossa estratégia de expansão de rede e capacidade, à medida que buscamos revitalizar a demanda de viagens aéreas entre passageiros de lazer e negócios. Com isso, a Companhia está investindo ainda mais no mercado de transporte aéreo regional com ênfase na Amazônia brasileira.”

Resposta da Azul


A aquisição do MAP pela GOL é uma mensagem direta à Azul. Esta última é a número um do Brasil em destinos atendidos. A Azul voa para mais de 110 destinos na foi a única operadora em 80% das rotas, como disse a companhia aérea durante seus resultados do primeiro trimestre de 2021.

Nem a GOL nem a LATAM voaram para muitas das cidades atendidas pela Azul; isso permitiu que a Azul tivesse as tarifas mais caras do Brasil , apesar da crise do COVID-19.

Este era o mapa de rotas domésticas da Azul em junho de 2021 (Foto: Cirium)
Após o anúncio da GOL, a Azul respondeu aumentando suas frequências em 50 rotas domésticas.

Conforme relatado pelo site Aeroin, a Azul fortalecerá suas frequências do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Seguro. O objetivo é trazer de volta os turistas durante o inverno brasileiro.

Além disso, e esta foi a resposta direta ao anúncio da GOL, a Azul vai lançar onze novas rotas a partir de Manaus. Conforme informado pela Aviacionline, a Azul terá 27 voos diários de Manaus para 23 destinos domésticos. A companhia aérea utilizará principalmente a frota do Cessna Grand Caravan, adquirida no ano passado, quando a empresa lançou o Azul Conecta.

Um possível terceiro jogador que não seja a LATAM?


Historicamente, o Brasil sempre foi mal atendido por companhias aéreas. A Azul foi a primeira empresa de verdade a operar conexões ponto a ponto. A GOL e a LATAM possuem principalmente operações hub-and-spoke nas maiores cidades do Brasil.

Além da GOL, a Azul pode em breve enfrentar um novo desafio em seu mapa de rotas. A startup ITA Transportes Aéreos se prepara para decolar no final de junho. Esta semana, a transportadora recebeu sua quarta aeronave A320 (ela tem grandes, grandes planos para o futuro ).

A ITA se prepara para iniciar as operações no final de junho (Foto: Ita Transportes Aéreos)
A ITA espera conectar o Brasil por via aérea da mesma forma que o faz terrestre. A empresa-mãe da ITA, a Itapemirim, é a maior empresa de ônibus do Brasil. Até junho do próximo ano, a startup planeja ter 35 destinos em todo o país.

Em abril de 2021, a Azul detinha 37,5% do mercado doméstico, seguida pela GOL com 30% e LATAM com 27%. Então, talvez estejamos prontos para ver uma mudança no Brasil nos próximos meses. Será interessante acompanhar a competição regional na área.

Via Simple Flying

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