Uma das caixas-pretas de voo Rio-Paris da Air France, com um módulo de memória, foi resgatada neste domingo (1) em boas condições. A informação é do BEA (escritório francês que investiga a segurança na aviação civil), que apura o caso. O avião caiu no oceano Atlântico em 2009, matando todos os 228 ocupantes.
O robô Remora 6000, que trabalha para localizar as caixas-pretas fez sua primeira missão de mergulho em abril.
Segundo o BEA, dois grupos de trabalho foram formados. Um deles continua analisando as 15 mil fotos dos destroços tiradas por outros robôs na fase anterior das buscas, sobretudo as da parte traseira do Airbus, onde se situam as caixas-pretas do avião.
O segundo grupo estuda os procedimentos ligados à recuperação das duas caixas-pretas, dos calculadores de voo e de outras peças do avião consideradas úteis para as investigações, como os motores e as asas.
Partes da fuselagem da aeronave, juntamente com corpos de passageiros, foram encontradas no início do mês de abril.
Incerteza
Os investigadores ainda não sabem, no entanto, se as duas caixas-pretas, que contêm os parâmetros técnicos do voo e as gravações das conversas dos pilotos, poderão ser analisadas, após terem ficado quase dois anos submersas a 3,9 mil metros de profundidade.
As caixas-pretas são consideradas fundamentais para descobrir as causas do acidente. O BEA disse os investigadores já têm as coordenadas geográficas precisas dos destroços, a partir da análise das 15 mil fotos tiradas por outros robôs submarinos na operação anterior, que havia localizado a fuselagem no início de abril.
Isso permitirá uma intervenção mais rápida do robô Remora 6000 (ROV, na sigla em inglês - Veículo Operado Remotamente) no local onde está a cauda do avião, em busca das caixas-pretas.
Destroços encontrados do avião da Air France
O voo
Rumando do Rio de Janeiro para Paris, o Airbus A330-203 caiu no mar após enfrentar uma forte tempestade de grande altitude. O último contato por rádio com a aeronave, que devia chegar na capital francesa às 11h10 (horário local, 6h10 de Brasília) foi às 22h33 (horário de Brasília). Uma mensagem automática indicando "defeito no circuito elétrico" foi recebida às 23h14 (de Brasília) revelando que a aeronave estava recebendo leituras erradas sobre a velocidade do vento de seus mecanismos.
Cronologia do acidente com o avião da Air France
Área de buscas
Centenas de peças do avião e 50 corpos foram encontrados nos dias que se seguiram ao desastre, mas as caixas-pretas nunca foram localizadas, apesar de várias tentativas. Posteriormente, quando a área de buscas foi aumentada para um raio de 10 mil km² da última posição conhecida da aeronave, os destroços foram encontrados usando robôs equipados com sonares.
Área de buscas dos destroços do avião da Air France
Equipamento
A principal ferramenta usada nas busca foi o Remus 6000. Estes robôs em forma de torpedo podem ser acionados por até 22 horas, vasculhando centenas de quilômetros do fundo do mar com o sonar de cada vez. A nova fase vai utilizar a Rêmora 6000 que vai ajudar na recuperação do que já foi localizado e na procura das caixas-pretas. O veículo operado remotamente está sendo levado ao local pelo navio francês. Ele pode preparar objetos no fundo do mar para serem içados para a superfície.
Robôs em forma de torpedos usados nas buscas dos destroços do avião da Air France
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Fonte: UOL Notícias (com BBC Brasil) - Imagens: Divulgação / BBC
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