quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Português salva voo de Moscou para Londres

Paulo Inácio imobilizou desordeiro sob efeito de drogas que queria abrir porta de aeronave.

Seria mais uma rotineira viagem de avião entre Moscou e Londres não fosse um dos passageiros, aparentemente sob a influência de drogas, ter atacado as pessoas que seguiam na aeronave, chegando mesmo a tentar abrir a porta de emergência em pleno voo. Apesar de incomodados, ninguém interveio. A exceção foi Paulo Inácio, um português que seguia a bordo e que foi o único a ajudar a tripulação, imobilizando o homem. "Só tentei ajudar, não me sinto nenhum herói", disse ao CM.

A atribulada viagem ocorreu em 10 de janeiro deste ano pela empresa aérea BMI (British Midlands International), mas só agora o português aceitou contar a sua história. "Tive receio de que o homem que imobilizei me quisesse processar ou fazer-me mal. Foi por isto, aliás, que mais ninguém naquele avião se quis meter. Foi um drama", explica Paulo, 39 anos, que atualmente reside e trabalha em Londres, como consultor.

A confusão começou na classe executiva, na parte da frente do avião. "O homem vinha a ser de lá empurrado por alguns elementos da tripulação, que foi pedindo ajuda aos passageiros, uma vez que ele resistia e era agressivo." Sentado junto do corredor, logo a seguir à classe executiva, Paulo ia observando tudo calmamente. "Durante cerca de 20 minutos ninguém fez nada. Quando o homem começou a tocar na porta de emergência e a berrar que a ia abrir, levantei-me, agarrei numas algemas que um tripulante tinha deixado cair e tentei imobilizar o homem, que tinha uma força de cavalo." O passageiro, que falava inglês, ainda cuspiu e tentou morder o português, que só descansou quando o deixou de pulsos atados, na parte de trás do avião.

Pouco depois, o avião aterrissava de emergência em Amesterdã, na Holanda, e o desordeiro era levado pela polícia. O voo seguiu para Londres duas horas depois. "A tripulação agradeceu--me e ofereceu-me uma garrafa de champanhe e outra de vinho. Mais tarde ofereceram-me uma viagem na mesma rota", conta.

Fonte: Helder Almeida (Correio da Manhã) - Foto: Reprodução

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