quarta-feira, 9 de junho de 2010

Embaixador russo considera avião presidencial boliviano caro

O embaixador da Rússia na Bolívia, Leonid Golubev, qualificou hoje como "bastante gordo" o preço de US$ 38,7 milhões que o governo boliviano pagou por um avião francês modelo Dassault Falcon 900 para uso do presidente Evo Morales.

Golubev reconheceu que o governo boliviano "é livre para realizar qualquer compra com qualquer país", mas disse que "o custo do avião francês é bastante gordo" em comparação ao modelo Antonov que a Rússia ofereceu por US$ 30 milhões.

O embaixador informou nesta quarta-feira a uma comissão de defesa da Câmara de Deputados os alcances de um crédito russo de US$ 130 milhões a Bolívia para compra de armas, veículos de transporte militar, helicópteros e um avião para uso presidencial.

Ainda depois da assinatura do acordo de intenções para esse crédito, o governo anunciou a compra de um avião francês Dassault Falcon 900, inicialmente destinado ao clube inglês de futebol Manchester United. O primeiro pagamento de US$ 7,7 milhões já foi feito e a aeronave chegará no dia 30 deste mês.

O especialista boliviano em aeronáutica e armas Samuel Montaño concorda com o embaixador russo e qualifica de "curioso e estranho" o fato de o governo boliviano tenha optado pela compra do avião francês apesar da oferta russa.

Em declaração à ANSA, Montaño recordou que além da proposta da Rússia com o Antonov 148 por US$ 30 milhões, "há anos se conhece a oferta do Brasil através da Embraer com o Legacy 600 por quase US$ 30 milhões".

Segundo o especialista, "o Dassault Falcon é um dos orgulhos da indústria aérea da Europa que incorpora o mais novo em tecnologia de navegação, um magnífico avião, mas muito caro para a economia de um país como a Bolívia".

Morales utiliza atualmente um avião Sabreliner NA 265, de 1975.

A compra de uma nova aeronave presidencial de US$ 38,7 milhões foi criticada por sindicatos, em particular os da área da educação, que exigiam um aumento salarial superior ao de 5% decretado pelo governo em maio.

Fonte: ANSA Latina - Mapa: Wikimedia

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