quinta-feira, 29 de abril de 2010

Voo inaugural da Iraqi Airways para Londres vira pesadelo

O primeiro voo entre o Iraque e o Reino Unido em 20 anos acabou se transformando em uma confusão após a tentativa de confisco do avião e apreensão do passaporte do diretor-geral da companhia aérea.

O problema foi motivado por uma questão financeira entre a Iraqi Airways e a companhia Kuweiti Airways (KAC), originado ainda em 1990, quando o ex-ditador Saddam Hussein invadiu o Kuweit.

A KAC reclama US$ 1,2 bilhão ao Iraque por ter se apoderado de 10 aeronaves comerciais do emirado e ter saqueado o aeroporto local.

"Em sua chegada a Gatwick [aeroporto londrino], no último dia 25, um advogado da KAC tentou confiscar o avião, mas não pôde fazê-lo pois o aparelho pertence a uma companhia sueca", explicou nesta quinta-feira, em um comunicado, o porta-voz do ministério iraquiano dos Transportes, Akil Kawthar.

"O advogado iniciou então um procedimento contra a empresa britânica que alugou o avião por conta da Iraqi Airways e obteve também junto às autoridades britânicas a apreensão do passaporte e dos documentos pertencentes ao diretor-geral da companhia iraquiana", acrescentou.

O ministro dos Transportes, Amer Abdel Jabbar Ismaïl, e o diretor-geral da Iraqi Airways, Kifah Hassan, estavam no voo inaugural.

Em novembro de 2008, o Iraque anunciou estar disposto a pagar US$ 300 milhões à KAC para pôr fim à questão.

Voo histórico

Os voos entre o Iraque e o Reino Unido estavam proibidos desde a imposição de um embargo ao Iraque pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1990.

O voo IA237 pousou no aeroporto de Gatwick, em Londres, às 23h08 (19h08 no horário de Brasília), após uma viagem de dez horas, com escala em Malmoe (Suécia).

O Boeing 737/400 pertence à companhia Iraqi Airways. A partir de agora serão dois voos semanais, que passarão por Malmoe na ida e farão uma viagem direta na volta.

O voo inaugural estava previsto para 16 de abril, mas foi adiado pela nuvem de cinzas vulcânicas procedente da Islândia que forçou o fechamento de boa parte do espaço aéreo europeu na semana passada.

Fonte: France Presse via Folha Online - Foto: AFP

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