domingo, 4 de abril de 2010

Último ano de piruetas no ar

Piloto da Esquadrilha da Fumaça que morreu em Lages viraria instrutor

O capitão Anderson Amaro Fernandes, 33 anos, tinha uma carreira de sucesso. Estava na elite da profissão escolhida, piloto de acrobacias. Casado havia cinco anos e pai de uma menina de quatro anos, vivia a última temporada na Esquadrilha da Fumaça. Planejava deixar o grupo e se dedicar apenas à instrução de voo.

Tudo acabou em uma imensa bola de fogo, na tarde de sexta-feira, em Lages, quando Anderson executava uma manobra conhecida como parafuso.

Desde que começou a carreira na Aeronáutica, 14 anos atrás, foram 3.650 horas voando. O capitão era um dos mais experientes da Esquadrilha da Fumaça, fundada nos anos 1950.

Fez quatro cursos e participou de 180 apresentações na carreira.

Anderson nasceu em Fortaleza (CE) e estava morando em Pirassununga, no interior de São Paulo, onde fica a sede de Esquadrilha da Fumaça. Os pais dele vivem em Umirim, no interior cearense. Na sexta-feira, ao saber da morte do marido, a mulher do capitão disse que vai voltar a viver no Ceará.

Causas do acidente devem ser divulgadas em 30 dias

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai apurar o que aconteceu na apresentação em Lages. O resultado deve ser divulgado dentro de 30 dias. O modelo de aeronave usado pela Esquadrilha da Fumaça, um Tucano, não tem caixa preta.

O responsável pelo trabalho será um oficial investigador. Ele vai conversar com os outros seis pilotos que participavam da apresentação para saber se o capitão comunicou algum problema mecânico pelo rádio. O investigador também vai analisar os destroços do avião em busca de pistas. Algumas partes do Tucano serão transportadas para um dos oito laboratórios do Cenipa no Brasil – não havia definição até sexta-feira à noite.

A apresentação era parte das comemorações dos 68 anos do Aeroclube de Lages.

O presidente do aeroclube, Ibanor Peruzzo, disse que as manobras executadas pela Esquadrilha são de alto risco e qualquer falha humana ou mecânica pode causar uma tragédia. Ele lamentou a morte do piloto e classificou o acidente como fatalidade.

– O que aconteceu não afeta a imagem da Esquadrilha – disse.

Peruzzo adiantou que no próximo aniversário deseja a presença dos pilotos, mais uma vez.

> Vídeo e fotos mostram o momento da queda do avião da Esquadrilha em Lages

Fonte: Felipe Pereira (diario.com.br)

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