terça-feira, 6 de abril de 2010

Infraero abandona passageiros sem orientação

OPINIÃO

Vim de Brasilia ontem no vôo TAM das 19h25m. Cheguei no Galeão e fui para a fila de taxi. Fila havia e só crescia, mas nenhum taxi aparecia. Nenhum. Nem na fila dos carros especiais, nem nos taxis comuns. Não passava ônibus, frescão, Nada. Zero. As pessoas passaram horas na fila, ordeiras, tentando saber como sair do aeroporto. Do outro lado da pista passavam uns taxi amarelo, mas antes que eles pudessem chegar à fila, eles eram parados por algumas pessoas que negociavam preço e trajeto. No meio fio as pessoas se amontoavam à espera de conseguirem transporte nesse mercado persa com os taxis.

Tentei dormir no aeroporto, não havia vagas nos hoteis. E mais tarde, perto da meia noite decidi alugar um carro. Na fila já tinha encontrado um amigo de um amigo e ele alugou e eu consegui chegar em casa de madrugada.

O espantoso é que nas horas em que eu e inúmeras pessoas esperavam no aeroporto não apareceu uma única pessoa ligada a qualquer órgão público, à administração do aeroporto, que nos desse uma orientação, visse se havia casos urgentes, nos desse alguma perspectiva. Os passageiros despejados pelas companhias aéreas numa cidade em caos logístico pela chuva não tinham a orientação de qualquer órgão. É óbvio que a Infraero deveria ter aparecido nem que fosse para dar informações de como estava a cidade, informar sobre a perspectiva de haver transporte. Se não for a Infraero que administra os aeroportos e nos cobra uma taxa para isso, quem seria?

Não seria tão difícil ter um esquema de emergência para um caso como aquele. As pessoas demoraram muito mais tempo naquela fila que não andava do que para vir de Brasilia ao Rio. Estrangeiros não entendiam nada e nem havia alguém que falasse com eles sequer o que era que acontecia na cidade.

Realmente, se é assim que o Rio se prepara para receber grandes eventos, estamos mal. Vale lembrar que chuvas mais fortes passarão a ser mais frequentes com as mudanças climáticas. Isso exige que cada órgão, público, privado, saiba o que é de sua competência e o execute.

Por: Miriam Leitão (O Globo)

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