segunda-feira, 1 de março de 2010

Sem apoio, chilenos passam a noite no chão no aeroporto de Guarulhos

Sem dinheiro, passageiros ficam sem comida e sem lugar para dormir.

Companhia aérea diz que não pode se responsabilizar.


Turistas chilenos ouvem instruções de funcionária da companhia aérea Lan Chile no Aeroporto de Guarulhos

Um canto da asa D do Aeroporto Internacional de Guarulhos era tudo que restava na noite desta segunda-feira (1º) para cerca de 40 turistas chilenos que não conseguiram regressar a seu país, atingido por um terremoto no sábado (27). Sentados no chão, eles reclamavam da falta de comida, de assistência médica e de pelo menos um local mais confortável para passar a noite. Por volta das 19h30, uma funcionária da companhia aérea avisou que eles devem ganhar a companhia de outros 120 passageiros que haviam saído do Rio de Janeiro.

A assessoria da companhia aérea Lan Chile afirma que, assim como outras companhias, não se responsabiliza pela acomodação dos passageiros. Dois voos partiram para o Chile desde o terremoto. Uma funcionária avisou que o próximo voo partirá na manhã desta terça-feira, mas a companhia não confirma a informação.

No chão, Daniela, Rosa, Maria José e Paulina, que esperavam embarque para Santiago na noite de segunda-feira

Egressas da Bahia e com embarque em Guarulhos marcado para domingo, as estudantes Rosa Campos, de 25 anos, Maria José Venegas, de 24, Paulina Campos, de 24 anos e Daniela Miranda, de 25 anos, aguardavam sentadas no chão e com as cabeças apoiadas em carrinhos de bagagem o momento de embarcar. "Não temos dinheiro para nada, nem para um telefonema. Vamos passar a noite aqui e não temos nem o que comer", disse Rosa. "Procuramos o consulado, mas ninguém consegue nos atender", afirma.

Todas estão preocupadas com os parentes. "A maioria de nós não consegue falar com a família. Não há celular, não há telefone, não há nada", diz Paulina.

Ximena Lillo de Mendez perde a paciência e faz um desabafo: "Não temos comida, não temos nada. Há pessoas que estão há três dias comendo amendoim. Não têm dinheiro para ligar para suas casas nem sequer um lugar para ficar", afirmou.

Fonte e fotos: Roney Domingos (G1)

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