terça-feira, 22 de setembro de 2009

Aeroportos e hotéis do Brasil são insuficientes para a Copa, diz estudo

Pesquisa da Abdib mostra que os aeroportos operam bem acima do nível aceitável de saturação

A necessidade de melhoria na infraestrutura das cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo no Brasil em 2014 é notória. Entretanto, para que a ideia do que é preciso ser feito seja mais precisa, a Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) apresentou ao governo federal, ao Ministério dos Esportes e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) um estudo detalhando as principais fragilidades nas estruturas das cidades-sede. Dentre as áreas que demandam mais investimentos, os setores de aeroportos e hotelaria foram apontados no estudo como pontos críticos na infraestrutura de algumas cidades que inviabilizariam uma Copa do Mundo neste ano, por exemplo.

Alguns aspectos do estudo, intitulado "Projeto Copa do Mundo", foram apresentados pelo vice-presidente da Abdib, Ralf Terra, durante evento organizado pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, realizado na segunda-feira (21/09), em São Paulo, para discutir oportunidades de investimentos que vão preparar o país para o mundial de futebol.

O trabalho identificou 48 indicadores agrupados em nove dimensões de infraestrutura que apontam as áreas em que é preciso investir com mais urgência. O ministro dos Esportes, Orlando Silva, também presente no evento, lembrou que o prazo para início das obras visando a Copa é março de 2010, sendo que todas devem ser entregues em 2013, para a Copa das Confederações.

As áreas estudadas pela Abdib foram as de mobilidade urbana (condições de tráfego e rede transportes), aeroportos, portos, rede hoteleira (não apenas nas cidades-sede, mas também nas vizinhas, dentro de um raio de 150 quilômetros), energia (suprimento e distribuição), saneamento, telecomunicações (com foco na banda larga), rede hospitalar e segurança pública. Todas as constatações do estudo tiveram como premissa a estimativa de que o Brasil cresça, nos próximos anos, a uma taxa de 3,5% a 4% ao ano.

Considerando o setor aeroportuário, as maiores cidades apresentam mais problemas. Em São Paulo, por exemplo, dois dos três aeroportos (Congonhas e Cumbica) apresentam grau de saturação dos terminais de passageiros acima de 110%, segundo dados do setor em 2007. O aceitável, segundo Terra, seria uma taxa de saturação em torno de 60%. Quanto ao grau de saturação das pistas de pousos e decolagens, enquanto o ideal seria o de 70%, no aeroporto de Congonhas essa taxa é de 82%.

O panorama que o estudo traçou da rede hoteleira indica que também há deficiências neste setor. Em cidades como Brasília e Porto Alegre, será preciso expandir as vagas nos segmentos econômicos, bem como aumentar a oferta de vagas no mês de junho - justamente o mês em que será realizada a Copa - quando há, naturalmente, maior demanda. Já em Salvador e outras cidades-sede que são pontos turísticos do Nordeste, a carência é por vagas nos segmentos de luxo, havendo também necessidade de se criar mais vagas nos meses de junho e julho.

Segundo o vice-presidente da ABDIB, nos próximos 20 dias, técnicos da associação deverão visitar cada uma das cidades-sede para apresentar em detalhes quais são as principais questões a serem resolvidas em termos de infraestrutura.

Fonte: Eduardo Tavares (Portal Exame)

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