Somente laudo do IML vai determinar o que causou morte dos passageiros.
Equipes de busca resgataram destroços e 50 corpos de vítimas do voo 447
O médico José Calvo, chefe de equipe da empresa contratada para embalsamar os corpos das vítimas do voo 447 da Air France, explicou ao G1 que a causa da morte que consta na certidão de óbito não pode ser considerada definitiva. Calvo afirmou que nos documentos de pelo menos dois corpos há a informação que as vítimas morreram por politraumatismo.
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“A causa que foi colocada na certidão é para fins de tramites legais, transporte, sepultamento, rituais religiosos e outras necessidades que devem ser atendidas agora. Em acidentes aéreos, os corpos ficam com múltiplos traumas, mas não se deve tentar determinar por aí como o indivíduo faleceu ou entender a dinâmica do falecimento”, afirmou Calvo. Ele ressalta que apenas o laudo dos peritos do Instituto Médico Legal do Recife poderá definir a causa da morte.
Segundo o médico, a causa da morte é necessária na certidão para que as famílias possam resolver outras questões burocráticas relacionadas às vítimas. “O fato de constar politraumatismo não contradiz a conclusão do laudo necroscópico e depois uma segunda e até terceira opinião sobre a interpretação da dinâmica de como aconteceu o acidente”, disse.
O laudo necroscópico do IML com a causa da morte será divulgado após o fim das necropsias nos 50 corpos que foram resgatados do mar. Ainda não há previsão para o término dos trabalhos do IML. De acordo com Calvo, esse documento também será usado para pleitear o seguro e também nas questões relativas à área jurídica.
Calvo explicou que os peritos vão somar todas as informações que conseguem obter a partir da análise dos corpos para fazer o laudo final. “Os corpos estão com difícil condição de perícia, em estado de putrefação, e apresentam sinais de traumatismo em maior ou menor intensidade“, disse.
Embalsamamento
Dois corpos de brasileiros foram liberados e encaminhados para o Rio de Janeiro nesta terça-feira (23). Um terceiro corpo está sendo preparado no momento e a equipe já aguarda um quarto corpo.
Apesar de passar por embalsamamento, os corpos não poderão ser expostos nem mesmo às famílias. “Eles estão sendo preparados de acordo com normas técnicas exigidas pela Anvisa e serão acomodados em urnas lacradas para que sejam transportados. Não poderão ser expostos em velórios tradicionais”, disse Calvo.
O Airbus da Air France transportava 228 pessoas de 32 nacionalidades, entre passageiros e tripulantes. O voo, de número 447, deixou o Rio de Janeiro no dia 31 de maio às 19h30 (horário de Brasília), com destino a Paris, e fez o último contato de voz às 22h33. Às 22h48, o avião saiu da cobertura do radar de Fernando de Noronha.
Fonte: Luciana Rossetto (G1) - Foto: Divulgação/Marinha
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