PoSat serviu de base à atividade aero-espacial que Portugal desenvolve atualmente
O primeiro e único satélite português, lançado há 15 anos, deixou de estar operacional em 2006, mas a experiência serviu de base à actividade aero-espacial que Portugal desenvolve actualmente, salienta um dos participantes no projecto.
«O fim da vida útil do PoSat encerrou um ciclo, mas outro estava a abrir-se desde 2001, com a adesão de Portugal à ESA», disse à Lusa José Manuel Rebordão, director do Departamento de Óptica e Lasers do INETI e delegado ao comité de política industrial da Agência Espacial Europeia (ESA).
O satélite, construído por um consórcio de empresas e instituições académicas portuguesas, com o apoio da Universidade de Surrey (Reino Unido), foi lançado a 26 de Setembro de 1993 por um foguetão Ariane em Kourou, na Guiana Francesa.
Além do INETI, onde se destacou como dinamizador Carvalho Rodrigues, o que lhe valeu a designação de pai do projecto, participaram no consórcio a Marconi, a Alcatel, a Efacec, as OGMA, o Instituto Superior Técnico e as universidades da Beira Interior e do Porto.
Durou mais do que o previsto
O satélite manteve-se operacional durante 13 anos, mais seis do que a sua vida útil prevista, e teve como cliente principal as Forças Armadas portuguesas, que antes dependiam das ondas curtas para comunicar à distância e passaram a usá-lo para contactar com missões em países como Moçambique, Angola, Bósnia e Kosovo.
Mas em 2000, com a rápida evolução neste domínio, o Ministério da Defesa substituiu esses serviços por outros mais eficientes e o satélite acabou a trabalhar para uma organização norte-americana fornecedora de telecomunicações e Internet a populações de zonas remotas do planeta.
«O que resta 15 anos depois reside nas pessoas envolvidas que facilitaram a actividade das empresas e institutos em que se inseriram quando Portugal se tornou membro da ESA, em particular a Skysoft, a Lusospace, a Efacec e o INETI», salientou José Manuel Rebordão, que é professor de Óptica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Objectivos traçados «foram totalmente cumpridos»
«A Lusospace foi constituída com jovens que aprenderam com o PoSat, o actual director técnico da Skysoft começou com ele, a Efacec, que actualmente desenvolve instrumentação científica para o espaço, também ficou sensibilizada para as tecnologias espaciais com o PoSat, e no próprio INETI muita gente aprendeu tecnologias espaciais com o satélite», referiu.
Na sua perspectiva, os objectivos traçados «foram totalmente cumpridos». Acontece, acrescentou, que «o PoSat não foi avaliado de acordo com esses objectivos, mas com base noutras considerações»
«O PoSat foi construído para ser um projecto industrial de formação de engenheiros das empresas, aprendizagem dos serviços e negócios relativos ao espaço, através de uma metodologia de treino em exercício», explicou.
Contudo, «foi criticado por não ser um projecto de investigação e desenvolvimento, coisa que nunca quis ser nem podia ter sido face à composição do consórcio e à forma de financiamento».
José Manuel Rebordão acrescentou à Lusa que a equipa passou em dois anos dos oito engenheiros iniciais para um grupo de 30 pessoas prontas a prosseguir com exercícios da mesma natureza.
Fonte: IOL Diário (Portugal)
O primeiro e único satélite português, lançado há 15 anos, deixou de estar operacional em 2006, mas a experiência serviu de base à actividade aero-espacial que Portugal desenvolve actualmente, salienta um dos participantes no projecto.
«O fim da vida útil do PoSat encerrou um ciclo, mas outro estava a abrir-se desde 2001, com a adesão de Portugal à ESA», disse à Lusa José Manuel Rebordão, director do Departamento de Óptica e Lasers do INETI e delegado ao comité de política industrial da Agência Espacial Europeia (ESA).
O satélite, construído por um consórcio de empresas e instituições académicas portuguesas, com o apoio da Universidade de Surrey (Reino Unido), foi lançado a 26 de Setembro de 1993 por um foguetão Ariane em Kourou, na Guiana Francesa.
Além do INETI, onde se destacou como dinamizador Carvalho Rodrigues, o que lhe valeu a designação de pai do projecto, participaram no consórcio a Marconi, a Alcatel, a Efacec, as OGMA, o Instituto Superior Técnico e as universidades da Beira Interior e do Porto.
Durou mais do que o previsto
O satélite manteve-se operacional durante 13 anos, mais seis do que a sua vida útil prevista, e teve como cliente principal as Forças Armadas portuguesas, que antes dependiam das ondas curtas para comunicar à distância e passaram a usá-lo para contactar com missões em países como Moçambique, Angola, Bósnia e Kosovo.
Mas em 2000, com a rápida evolução neste domínio, o Ministério da Defesa substituiu esses serviços por outros mais eficientes e o satélite acabou a trabalhar para uma organização norte-americana fornecedora de telecomunicações e Internet a populações de zonas remotas do planeta.
«O que resta 15 anos depois reside nas pessoas envolvidas que facilitaram a actividade das empresas e institutos em que se inseriram quando Portugal se tornou membro da ESA, em particular a Skysoft, a Lusospace, a Efacec e o INETI», salientou José Manuel Rebordão, que é professor de Óptica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Objectivos traçados «foram totalmente cumpridos»
«A Lusospace foi constituída com jovens que aprenderam com o PoSat, o actual director técnico da Skysoft começou com ele, a Efacec, que actualmente desenvolve instrumentação científica para o espaço, também ficou sensibilizada para as tecnologias espaciais com o PoSat, e no próprio INETI muita gente aprendeu tecnologias espaciais com o satélite», referiu.
Na sua perspectiva, os objectivos traçados «foram totalmente cumpridos». Acontece, acrescentou, que «o PoSat não foi avaliado de acordo com esses objectivos, mas com base noutras considerações»
«O PoSat foi construído para ser um projecto industrial de formação de engenheiros das empresas, aprendizagem dos serviços e negócios relativos ao espaço, através de uma metodologia de treino em exercício», explicou.
Contudo, «foi criticado por não ser um projecto de investigação e desenvolvimento, coisa que nunca quis ser nem podia ter sido face à composição do consórcio e à forma de financiamento».
José Manuel Rebordão acrescentou à Lusa que a equipa passou em dois anos dos oito engenheiros iniciais para um grupo de 30 pessoas prontas a prosseguir com exercícios da mesma natureza.
Fonte: IOL Diário (Portugal)
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