
Pedaços de um diário pessoal, de carteiras de documentos, fragmentos de cartões de visita e de crédito, além de jóias e cosméticos estão na lista de 255 itens recuperados e identificados pela empresa norte-americana BMS Cat relacionados às 199 vítimas do vôo 3054 da TAM.
O acidente com o avião aconteceu em 17 de julho do ano passado em Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. A empresa vai entregar cerca de 20 caixas com os objetos ao delegado do 27º Distrito Policial (Ibirapuera) na manhã desta sexta-feira (7).

Especializada na gestão de catástrofes, a BMS trabalhou na recuperação dos destroços da TAM após o ataque às torres gêmeas em Nova York. No caso da TAM, a empresa garimpou os destroços durante sete meses em um galpão alugado em Embu, na Grande São Paulo. O trabalho terminou há cerca de duas semanas.
O resultado está nas caixas que o delegado Barbosa deverá receber na manhã desta sexta. Antes das caixas, ele recebeu catálogos com fotos dos objetos recuperados e ficou impressionado com a qualidade da recuperação.
“São coisas pequenas, resultado de um trabalho muito minucioso. Quero entregar às famílias o mais rápido possível”, disse o delegado. “É um volume grande de coisas diminutas: dinheiro, jóias, cartões, anotações, papéis”, afirmou.
Além dos objetos identificados, o delegado deverá receber também um volume de materiais não identificados. Ele vai discutir com as famílias a melhor forma de tentar identificar esse material. Uma das dificuldades, diz ele, é o lado emocional da coisa. “Vai ser uma carga emotiva tremenda”, afirma. O que não for identificado pelas famílias, de acordo com o delegado, será remetido ao depósito do Fórum Criminal da Barra Funda, à disposição da Justiça.
Reivindicações
Reivindicações
Dario Scott quer discutir também com o delegado Barbosa sobre as reivindicações feitas ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, para que funcionários do governo federal relacionados ao caso sejam liberados para dar depoimentos no inquérito que investiga o acidente sem que a Polícia Civil paulista tenha de expedir pedidos formais.
Também quer saber se vai ser possível ouvir os 23 minutos de diálogo na cabine do avião que foram suprimidos. "Foi constatado o lapso de 23 minutos nas conversas antes de alguém perguntar onde o avião estava, o que para nós é inviável e nos deixa com dúvida", afirmou. Outra preocupação de Scott e dos parentes das vítimas é conseguir ouvir o conteúdo completo da caixa-preta, não liberado pela Aeronáutica, mesmo que tenham de recorrer a autoridades aeronáuticas internacionais.
Fonte: G1
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