quarta-feira, 12 de março de 2008

Continental pode ser julgada por acidente de Concorde

Motor do Concorde da Air France explode e avião cai após decolar de Paris rumo a Nova York, nos EUA. O avião foi fretado por grupo de turistas alemães

A Justiça francesa decidiu hoje pedir que a companhia americana Continental Airlines, dois de seus funcionários e dois ex-diretores da aeronáutica francesa sejam julgados por homicídios e ferimentos involuntários no caso do acidente com um Concorde em julho de 2000, no qual morreram 113 pessoas.

Fontes judiciais confirmaram hoje que, em seu requerimento, a Promotoria de Pontoise (nos arredores de Paris) pediu que a companhia aérea e as quatro pessoas compareçam ao Tribunal Correcional para responder à acusação de homicídios e ferimentos involuntários.

Um Concorde da Air France se acidentou em Gonesse (arredores de Paris) em 25 de julho de 2000, matando 113 pessoas, quatro delas em terra. O acidente encerrou os vôos comerciais do avião supersônico de passageiros.

A investigação mostrou que o incêndio de um depósito de querosene do aparelho estava relacionado ao estouro de um pneu do trem de pouso durante a decolagem, causado pela presença de uma lâmina metálica na pista.

Essa lâmina havia caído de um DC-10 da Continental Airlines que tinha decolado pouco antes do aeroporto de Roissy-Charles de Gaulle, segundo a investigação.

A Promotoria pede a abertura de processo contra o funcionário da Continental que instalou a lâmina, John Taylor, além do então chefe de manutenção da companhia aérea, Stanley Ford.

Também pede que sejam julgados o ex-diretor do programa do Concorde na Aerospatiale (agora EADS) nos anos 80, Henri Perrier, e o ex-responsável da Direção Geral de Aviação Civil Claude Frantzen.

Embora a Aerospatiale estivesse ciente dos problemas com pneus do Concorde entre 1979 e 2000, o construtor não tomou medidas para reforçá-los, nem aos depósitos de querosene, segundo a investigação.

Os juízes instrutores têm a última palavra sobre o caso, e o eventual julgamento só seria realizado no final de 2008 ou início de 2009, afirmaram fontes judiciais à imprensa local.

Fonte: EFE - Foto: Reuters

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