A Azul Linhas Aéreas deve começar a vender passagens dentro das próximas duas semanas, iniciando a operação em 15 de dezembro. A empresa acabou de obter o Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo (Cheta), documento que atesta que está habilitada em termos operacionais. Para começar a voar, contudo, a empresa precisa assinar o contrato de concessão de empresa de transporte aéreo, o que deve acontecer nas próximas semanas. O contrato tem de ser aprovado pela diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e publicado no Diário Oficial.
Segundo o diretor de marketing da Azul, Gianfranco Beting, a empresa pretende oferecer uma maior segmentação nos preços da passagem. “Vamos oferecer descontos dependendo do segmento, como famílias, por exemplo.” Ele avisa, contudo, que a empresa não pretende “entrar em guerra tarifária”.
A Azul vai estrear com uma frota de 5 jatos da Embraer (2 do modelo 190 e 3 do 195). Os primeiros 195 serão entregues até o dia 4 de dezembro. Um sexto jato, modelo 190, deve ser entregue até a primeira semana de janeiro. A empresa nascerá com um quadro de 900 funcionário e realizará seu primeiro vôo um mês antes do previsto.
Quando o empresário americano nascido no Brasil David Neeleman anunciou a criação da companhia, em março deste ano, o plano era iniciar operações em janeiro de 2009, com 2 aviões e 400 funcionários.
A decisão de acelerar os planos de crescimento da Azul aconteceu quando Neeleman percebeu que o ambiente competitivo brasileiro era mais duro do que ele esperava. “Chegou-se à conclusão de que tínhamos de chegar mais fortes para enfrentar a concorrência”, afirmou o vice-presidente Operacional da Azul, Miguel Dau. Para ganhar musculatura mais rapidamente, a empresa, que nasceu com um capital de US$ 150 milhões, recebeu um aporte adicional de US$ 50 milhões.
A Azul trabalha com três possibilidades de malha e a escolha dependerá da decisão da Anac de abrir ou não o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para operações com jatos fora da Ponte Aérea Rio-São Paulo. A Anac deve abrir uma consulta pública esta semana para discutir o modelo de abertura do aeroporto.
O modelo de negócios da Azul prevê vôos ponto a ponto ligando grandes cidades, sem a necessidade de conexões no aeroporto de Congonhas. A empresa deve iniciar operações em sete cidades, incluindo Rio, Campinas, Curitiba e Porto Alegre. “Nesse primeiro momento, devemos ter poucos destinos e muita freqüência”, explica Dau. A malha deverá expandir na medida em que novos aviões forem incorporados à frota. A empresa planeja ter 14 aviões em operação até junho e 16 até dezembro.
Fonte: O Estado de S.Paulo