sexta-feira, 14 de março de 2025

Vídeo flagrou: o avião sequestrado que ficou sem combustível e caiu no mar


Em 23 de novembro de 1996, um avião da Ethiopian Airlines que realizava o voo 961 foi sequestrado e caiu no oceano Índico. Apesar do impacto, parte dos ocupantes sobreviveu.

O acidente foi registrado em tempo real por uma câmera e se tornou um dos mais impressionantes já vistos na história da aviação.

Histórico do voo

Na manhã daquele dia, o voo decolou de Adis Abeba, na Etiópia, com destino a Abidjã, na Costa do Marfim. No caminho, fariam paradas em Nairóbi (Quênia), Brazzaville (Congo) e Lagos (Nigéria).

A aeronave era um Boeing 767 que transportava 163 passageiros e 12 tripulantes. Entretanto, pouco depois da primeira decolagem, os sequestradores tomaram o controle da aeronave.

'Eu tenho uma bomba'

Menos de meia hora após a decolagem, um dos sequestradores se anunciou e foi rumor à cabine de comando. Ele foi seguido por outros dois colegas, e um disse aos passageiros: "Todos têm de ficar sentados. Eu tenho uma bomba".

Os criminosos entraram na cabine e avisaram aos pilotos que havia sequestradores a bordo. Após retirarem o copiloto do seu lugar, passaram a ameaçar o comandante para que direcionasse o voo para a Austrália.

Não havia combustível suficiente a bordo, mas os sequestradores não acreditaram, pois tinham lido que o 767 conseguiria voar 11 horas sem parar para reabastecer. Isso seria verdade, se o avião estivesse nas condições de peso ideal e com os tanques cheios, o que não costuma acontecer em voos de menor distância (quanto mais combustível, mais peso para levar).

Apesar do apelo do comandante, os sequestradores insistiram para que ele contornasse a costa africana e ficasse voando em uma altitude elevada. Ao mesmo tempo, um dos sequestradores mexia nos comandos do avião, atrapalhando o voo.

"Reajam... aos sequestradores"

O piloto avisou os criminosos que o avião estava ficando sem combustível. Ele foi ignorado pelos invasores mesmo mostrando os indicadores da aeronave e com o disparo do alarme de nível crítico de combustível.

Ele chegou a ver a pista de um aeroporto e pediu para pousar ali. Novamente, insistiram para que ele não voasse abaixo de cerca de 12 km de altitude.

Sem combustível, um dos motores parou, o piloto conseguiu conceber um dos planos de que havia um problema sério com o avião. Nesse momento, o sequestrador foi até a porta da cabine para conversar com os outros dois comparsas.

Enquanto discutiam, o piloto pegou o microfone e falou aos passageiros: "Senhoras e senhores, este é o seu piloto. Ficamos sem combustível e estamos perdendo um motor desta vez. devemos realizar um pouso forçado e isso é tudo o que tenho a dizer. Já perdemos um motor e peço a todos os passageiros que reajam... aos sequestradores." - Capitão do voo Etíope 961.

Ao ouvir o comando, um dos criminosos voltou para a cabine e arranjou o microfone da mão do comandante. Em seguida, ele começou a mexer nos controles, causando problemas ao voo, com uma rota inconstante e perda de altitude.

A queda

Após o outro motor parar de funcionar, o sequestrador descobre que o avião caia cada vez mais e mandou que o piloto parasse com a descida. Em seguida, mandou ele tirar as mãos do controle e o ameaçou.

Prontamente, o capitão respondeu: "Eu já estou morto, pois estou voando um avião sem potência nos motores." - Capitão do voo Ethiopian 961.

Ao mesmo tempo, o copiloto se dirigiu para a traseira da aeronave, onde viu que alguns passageiros já estavam com os coletes salva-vidas inflados e os orientaram como desinflar e voltar a enchê-los apenas quando saíram do avião. Ele pediu para ajudar o comandante, mas o avião já não tinha mais potência e planejava rumores de água.

Em um último esforço, os pilotos planejaram fazer um pouso controlado na água. A aeronave atingiu a água a poucos metros da praia de Grande Comore, nas Ilhas Comores.

Mesmo diante do cenário enfrentado, 50 pessoas sobreviveram ao impacto. Das 175 pessoas a bordo, 125 morreram, incluindo os três sequestradores e seis tripulantes.

Algumas pessoas morreram ao ficarem presas dentro da fuselagem por estarem com o colete salva-vidas inflado antes de saírem do avião. Todas as cenas foram flagradas em vídeo por um turista diretamente da praia de Grande Comore, mostrando a aproximação na água e o impacto no mar.

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

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