Agora já temos uma data para o fim do Modo avião. Pelo menos para boa parte dos passageiros domésticos da Delta Airlines, esse dia é 1 de fevereiro de 2023. A partir dessa data, a empresa vai passar a oferecer internet a bordo de forma gratuita em seus voos. A iniciativa começa por algumas linhas que conectam cidades nos Estados Unidos e deve se estender ao longo do ano para todos os destinos e aeronaves da empresa.
Será o fim da era desplugada nos ares?
O anúncio da Delta Airlines é o primeiro de um novo movimento que promete acabar com um dos únicos momentos em que, hoje em dia, estamos desconectados da internet. Recentemente, a União Europeia já havia estabelecido um prazo para que as companhias aéreas do velho continente começassem a oferecer conexão via redes 5G para seus passageiros. A própria Delta Airlines também já havia anunciado uma parceria com a Starlink de Elon Musk, para oferecer o serviço aos passageiros.
O que o novo serviço significa?
- A Delta Airlines, uma das maiores companhias aéreas do mundo começa a oferecer acesso gratuito à internet durante seus voos;
- A iniciativa começa pelos voos domésticos, mas deve se estender para toda a frota;
- Em breve, todas as companhias europeias devem seguir caminho similar;
- Nos Estados Unidos, outra empresa, a JetBlue, já oferece acesso à Internet sem custo a bordo – o que já lhe garantiu simpatia dos consumidores e crescimento em vendas.
A iniciativa quebra um padrão: até hoje, acessar a internet em voo significava preços altos e conexão ruim. Ao oferecer o serviço de graça – e ao prometer velocidades em torno dos 60 megabits por segundo, a Delta estabelece um novo patamar – que deve ser acompanhado por outras companhias aéreas.
Evidentemente, que essa conta da conexão será paga por alguém (não existe almoço grátis), e ela será bancada pelo jeito mais tradicional da internet fazer dinheiro: pela publicidade direcionada, baseada na coleta de dados dos usuários do serviço.
Para se conectar, os usuários terão de aceitar os termos de uso do aplicativo da empresa e, assim, compartilhar dados de seu comportamento online que, mais tarde, se transformarão em instrumentos para oferta anúncios direcionados – a mesma engenharia que responde pelo bilhões de dólares de arrecadação do Facebook, do Instagram, do TikTok, do Twitter e também do Google.
Será o fim da paz nos céus?
Muita gente teme pelos desconforto e conflitos que podem surgir a partir desse novo momento. Afinal, mesmo que o passageiro do lado esteja fazendo uma conversa de negócios, usando fone de ouvido, isso pode incomodar a você, que está tentando dormir a 40 mil metros de altitude, no meio de um longo voo.
O que dizer, então, se a conversa for uma estridente troca de amenidades entre amigos e familiares? Num espaço confinado, como de um avião, será necessário haver novas etiquetas de comportamento online para que a convivência não se torne ainda mais difícil do que já é.
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