Na última segunda-feira, 18 de julho, o caso da arremetida do Boeing 737-800 (PR-GGE) da Gol Linhas Aéreas, que passou por cima de um Airbus A319 (PR-MBW) da Latam Airlines, que estava na pista e corria para decolar de Congonhas, ganhou enorme repercussão na mídia brasileira. O AEROIN foi o primeiro veículo a publicar o vídeo do caso, registrado pelo canal Golf Oscar Romeo.
As empresas envolvidas, assim como outras pessoas próximas da aviação, se apressaram em dizer que se tratou de um procedimento normal de arremetida, conforme previsto em treinamentos e procedimentos, e que não havia risco. De fato, arremetidas são procedimentos treinados, que visam à segurança, no entanto o caso em Congonhas envolveu outros elementos.
Para o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Força Aérea, o CENIPA, o caso foi classificado como um incidente na categoria “Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM)”, ou seja, um erro envolvendo o controle de tráfego aéreo. Além disso, o caso passou a constar da base do órgão nesta quinta-feira.
Na descrição do incidente, o sistema do Cenipa registra o seguinte: “A aeronave PR-GGE (GLO 1209) decolou do aeródromo Salgado Filho (SBPA), Porto Alegre, RS, com destino ao aeródromo de Congonhas (SBSP), São Paulo, SP, a fim de realizar transporte aéreo público regular. Durante a aproximação final para a pista 17R de SBSP, a aeronave iniciou o procedimento de aproximação perdida próximo da altitude de decisão (DA), devido à presença de uma aeronave da LATAM (LA 3610) na pista, que ainda se encontrava na corrida de decolagem. Após a arremetida, a aeronave PR-GGE foi instruída pelo controle e realizou uma nova aproximação e pouso, sem maiores intercorrências”.
Apesar da investigação estar concluída, por ora não foram dados mais detalhes da causa-raiz desse conflito de tráfego aéreo.
Pela regra, em Congonhas não podem ocorrer operações simultâneas com voos comerciais numa mesma pista de pouso, ou seja, o avião da Latam apenas poderia ter sido autorizado a decolar depois que o voo da Gol tivesse passado por cima dele e estivesse fora do seu caminho. Da mesma forma, o voo da Gol apenas poderia ter sido autorizado a pousar se a pista estivesse livre.
Via Carlos Ferreira (Aeroin)
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