Um motor foi retirado de mata fechada no início da tarde desta segunda-feira (8), depois o outro foi resgatado de dentro da cachoeira onde a aeronave caiu. Resgate das peças enfrentou desafios.
Fuselagem do avião está em galpão em Caratinga, bem próximo dos dois motores resgatados nesta segunda-feira, em caminhão ao fundo (Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo) |
Equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e de uma empresa de guincho particular resgataram, na tarde desta segunda-feira (8), os dois motores do avião que caiu na zona rural de Caratinga, causando a morte da Marília Mendonça e de mais quatro pessoas.
Os motores e a fuselagem do avião estão em um galpão, em Caratinga, de onde serão encaminhados para o Rio de Janeiro, onde a perícia deve continuar.
Amadeu Alexandre, dono da empresa de guincho contratada pela PEC Táxi Aéreo, proprietária do avião, explica que os dois motores caíram em locais complexos para a remoção.
Onde estavam os motores?
A empresa de guincho resgatou o motor que estava em uma área de mata fechada por volta das 14h. Ele teria se soltado da aeronave logo após a colisão com os fios da torre de transmissão de energia da Cemig. As equipes trabalham em terra na retirada da peça desde o início da manhã desta segunda-feira (8), informou Amadeu.
Inicialmente, a equipe da 5ª Base Regional de Aviação do Estado (BRAVE), da Polícia Militar, daria apoio de helicóptero para içar o motor e deixá-lo em local mais fácil para a remoção, mas foi constatado que a mata densa não permitiria o trabalho por via aérea.
O segundo motor estava submerso. "Quando o avião caiu na cachoeira, um dos motores rolou pela cachoeira abaixo. Mas choveu no local e o nível da cachoeira encheu, dificultando os trabalhos", explicou o dono da empresa de guincho.
A chegada de todas as peças do avião ao Rio de Janeiro estava programada para a madrugada de terça-feira (9). Mas o transporte das peças pode sofrer alterações por conta das dificuldades enfrentadas na remoção dos motores.
A fuselagem do avião, que estava na cachoeira e foi retirada neste domingo (7), está sendo levada para o pátio da empresa de guincho, em Caratinga. De lá, será encaminhada para o Rio de Janeiro, onde os trabalhos da perícia devem continuar.
Os destroços serão levados para a sede do SERIPA III no decorrer desta semana, informou a Força Aérea Brasileira (FAB).
Etapas da remoção
No primeiro momento da operação de retirada, um guindaste ajudou a içar o avião de um ponto ao lado da cachoeira, onde tinha caído, para uma área mais alta do terreno. Na segunda etapa, as asas foram cortadas e algumas partes começaram a ser retiradas.
Motor que estava em mata fechado foi resgatado no início da tarde desta segunda-feira (Foto: Fervel Auto Socorro/Divulgação) |
Confira as etapas de remoção do avião:
- Sábado (6): aeronave foi retirada da correnteza;
- Domingo (7): avião foi puxado para a parte mais alta do terreno por um guindaste. Para facilitar o transporte, as asas foram cortadas;
- Segunda(8): profissionais do Auto Socorro particular, contratados pela empresa dona do avião, resgataram os dois motores. Em seguida, o avião deverá ser levado de caminhão ao Rio de Janeiro.
Motor que estava em mata fechada foi resgatado (Foto: Fervel Auto Socorro/Divulgação) |
A empresa dona da aeronave, PEC Táxi Aéreo, foi autorizada a recolher os destroços após o trabalho de perícia da Polícia Civil e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) feito no local do acidente, pois todas as evidências iniciais que poderiam ser usadas na investigação já foram retiradas da aeronave.
Motor que caiu em mata fechada foi resgatado nesta segunda-feira (Foto: Fervel Auto Socorro/Divulgação) |
O Cenipa informou que uma segunda etapa da perícia será realizada após as peças do avião serem recolhidas e encaminhadas para o Rio de Janeiro.
Por Zana Ferreira, g1 Vales de Minas Gerais
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