Após 5 anos, processo aguarda decisão de juiz da Justiça Federal.
Missa lembrou vítimas do acidente no Memorial 17 de Julho, inaugurado nesta terça-feira, no local onde avião explodiu.
Nesta terça-feira, 17 de julho, o acidente do voo 3054 completou cinco anos. 199 pessoas morreram quando o Airbus da TAM cruzou a pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e foi bater em um prédio da companhia.
Choveu nesta terça-feira em São Paulo, assim como no dia da tragédia. Uma missa lembrou as vítimas do acidente no Memorial 17 de Julho, inaugurado nesta terça-feira, no local onde o avião explodiu. Quando faltavam nove minutos para as 19h, hora da explosão, houve um minuto de silêncio.
Durante a cerimônia ficaram acesos no chão 199 pontos de luz. Eles vão lembrar cada uma das pessoas que perderam a vida no acidente. Os parentes das vítimas, que esperaram tanto tempo pelo memorial, chegaram cedo ao local.
No centro da praça uma amoreira, que sobreviveu ao desastre, e os nomes das vítimas. Uma delas foi a filha de Dario Scott, que tinha 14 anos.
“A gente consegue se recuperar, se reerguer e buscar que a gente tenha cada vez um país melhor, um sistema de transporte aéreo mais seguro. O que a gente vem lutando todo esse tempo e sempre relembrando as vítimas dessa tragédia”, diz ele.
Há cinco anos, o voo 3054 partiu de Porto Alegre com destino a Congonhas. Durante o pouso, o avião atravessou a pista, bateu em um prédio da TAM e explodiu.
Nesta terça-feira, parentes das vítimas protestaram nos aeroportos de Congonhas e de Porto Alegre. Eles pediram mais segurança na aviação brasileira e punição dos culpados pelo acidente.
A comerciante Sabrina Bianchi veio do Rio de Janeiro para homenagear a irmã, Nadia, que morreu aos 32 anos.
“A gente está aqui para que outras tragédias anunciadas não ocorram mais. Porque a gente sabe que essa tragédia poderia ter sido evitada, porque foi prevista”, defende ela.
As investigações revelaram que contribuíram para o acidente a falta de grooving, ranhuras na pista que aumentam o atrito, e a falta de áreas de segurança na cabeceira. Mas a Policia Federal concluiu que foi determinante a operação incorreta das manetes pelos pilotos.
O Jornal Nacional revelou com exclusividade que parte do sistema de freios estava desativada. O reverso da turbina direita estava travado e permaneceu em posição de aceleração durante o pouso. Os pilotos aumentaram a pressão nos pedais de freio, mas não conseguiram parar o avião.
Faz um ano que o Ministério Público Federal responsabilizou três pessoas pela tragédia. A ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, o ex-diretor da TAM Marco Aurélio Castro e o ex-vice presidente da empresa Alberto Fajerman foram denunciados por atentado contra a segurança da aviação. O processo aguarda decisão de um juiz da Justiça Federal.
A TAM informou que 193 das 199 famílias das vítimas fecharam acordo de indenização.
“Estivemos de preto e é a primeira vez que eu venho de branco. É um momento que a gente começa a sentir um pouquinho de paz, mas ao mesmo tempo muita saudade. Então é um momento muito especial para gente”, declara a administradora Sílvia Masseran Xavier.
O advogado da ex-diretora da Anac declarou que Denise Abreu não tem responsabilidade pelo acidente porque o trabalho dela era jurídico, sem relação com segurança de voo. O advogado de Marco Aurélio Castro e Alberto Fajerman, ex-funcionários da TAM, afirma que faltam elementos no inquérito que sustentem a acusação contra os clientes dele.
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Fonte: Alan Severiano (Jornal Nacional)
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