A política da administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de utilizar cada vez mais ataques com aviões não tripulados e teleguiados para matar suspeitos de terrorismo, é amplamente rejeitada em todo o mundo. É o que mostra um estudo sobre a imagem dos Estados Unidos no exterior, do Centro de Pesquisa Pew. Em 17 dos 21 países pesquisados, mais da metade da população desaprova o uso de drones (como são chamados em inglês) em missões contra grupos e líderes extremistas em países como Paquistão, Iêmen e Somália, disse o Pew nesta quarta-feira.
"Existe uma percepção disseminada que os EUA agem unilateralmente e não consideram o interesse dos outros países", afirmam os autores do estudo. Isso é especialmente verdade em países muçulmanos, onde as atividades antiterrorismo ainda são "amplamente impopulares."
Mas nos Estados Unidos a maioria (62%) aprova este tipo de ação. "Para prevenir ataques terroristas nos Estados Unidos e salvar vidas americanas, o governo conduz missões contra terroristas específicos da Al-Qaeda, algumas vezes usando aviões pilotados remotamente", disse o chefe de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, em abril. Ele afirmou, em uma detalhada defesa de tal política, que os alvos são escolhidos ao ser pesada a possibilidade de capturá-los e qual é a ameaça que representam para o país.
A campanha global sob o comando de Obama matou vários líderes extremistas, talvez mais do que qualquer outro método, incluindo mais de uma década de operações especiais no Afeganistão. Um ataque no Paquistão neste mês matou o suposto segundo homem no comando da Al-Qaeda, Abu Yahya al-Libi.
"Nós continuamos a observar que o público acredita que Obama não cumpriu sua promessa de procurar apoio internacional antes de utilizar força militar, e isso está relacionado à reprovação dos ataques aéreos não tripulados", disse o presidente do Centro de Pesquisa, Andrew Kohut. A pesquisa de opinião, intitulada "Opinião global sobre Obama piora, políticas internacionais criticadas", foi conduzida por telefone ou entrevistas pessoais entre março e abril.
No Paquistão, ataques teleguiados da CIA alvejaram suspeitos por anos, com o governo paquistanês condenando-os publicamente mas em segredo continuando a trabalhar com a inteligência americana em operações conjuntas. Isto mudou após a incursão do comando especial SEAL dos fuzileiros navais dos EUA, que matou Osama bin Laden no ano passado, levada a cabo sem a permissão e o conhecimento do Paquistão. As informações são da Associated Press.
Fonte: Agência Estado/Estadão - Imagens: Reprodução
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