Representante de famílias brasileiras não viu novidades em novo relatório.
Órgão francês afirma que queda de voo durou três minutos e meio.
Após a divulgação, nesta sexta-feira (27), de um relatório preliminar que descreve mais detalhes sobre a queda do avião AF447, que matou 228 pessoas em 2009, o presidente da Associação de Vítimas Brasileiras, Nelson Faria Marinho, disse que não via avanço na investigação da causa do acidente. “Disseram muita coisa e não disseram nada. Não trouxe nenhum avanço”, concluiu Marinho, que perdeu um filho na tragédia.
A análise das caixas-pretas recuperadas, segundo o BEA (Escritório de Investigações e Análise), mostra que os pilotos viram duas velocidades diferentes no painel de controle durante "menos de um minuto" e que uma delas mostrava uma redução brutal da velocidade.
Marinho contou que o BEA enviou um comunicado oficial no início da manhã desta sexta, onde dizia apenas que as informações das duas caixas-pretas só seriam repassadas no final de julho. Os outros detalhes, segundo Marinho, ele ficou sabendo através da imprensa.
“No comunicado oficial não falam nada disso, fiquei sabendo através da imprensa. O relatório do BEA oficial não acusa pilotos”, afirmou. Nelson ressaltou que até o fim de julho ele e as famílias das vítimas vão seguir acompanhando “esse desfecho dramático que levou vidas, porque nosso interesse é a busca da verdade”.
Para Marinho, o acidente não foi causado por erros dos pilotos. “Esse boato de acusar piloto não deu certo (...) Eles (da Airbus) viram que todos foram contra em acusar o piloto, e tem relatórios dizendo que isso não ocorreu. Essa atitude foi contrária a eles”, disse.
Há 10 dias, o jornal francês "Le Figaro" publicou um artigo dizendo que as análises das caixas-pretas do avião indicavam que o acidente teria sido causado por erros dos pilotos. O texto isentava a Airbus de responsabilidade na tragédia.
Fonte: Carolina Lauriano (G1)
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