sexta-feira, 23 de julho de 2010

Primeiro atendimento de Juizado não pôde ser resolvido em aeroporto

Publicitária que teve a mala violada é encaminhada para o Fórum.

Presidente do Tribunal de Justiça diz que posto é para casos emergenciais.


Cinco minutos após a inauguração do posto de atendimento do Juizado Especial Cível do Aeroporto Santos Dumont, nesta sexta-feira (23), no Centro do Rio, a publicitária Eline Dias Maia, 33 anos (foto acima), cheia de expectativa, foi a primeira a procurar atendimento.

Segundo a publicitária, que voltou de viagem no dia 2 de junho de Miami, nos Estados Unidos, uma de suas bagagens foi extraviada e parou em Orlando. Dois dias depois ela recebeu a mala, encaminhada pela companhia aérea, mas o cadeado estava violado e faltavam alguns pertences.

"É uma coisa muito desagradável, frustrante. Planejei essa viagem durante 3 anos e, quando consigo realizar meu sonho, me deparo com um transtorno desses. Senti falta de perfumes, roupas e até coisas que comprei para o meu bebê. O valor pode ser baixo, mas foram coisas que eu comprei, tem um outro valor para mim", desabafou, ela, enquanto aguardava atendimento.

A esperança de Eline de resolver tudo rápido durou pouco tempo. Ela foi informada pelo próprio presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Luiz Zveiter, que seu problema não poderia ser resolvido ali. De acordo com Zveiter, o posto vai atender casos emergenciais durante o embarque e desembarque num prazo máximo de 24 horas da ocorrência. Eline foi encaminhada para o fórum mais próximo de sua residência para resolver a questão.

Atrasos, overbooking e cancelamentos

Mas durante a inauguração, alguns passageiros, que observavam a movimentação, elogiaram a iniciativa para resolver problemas como atrasos, cancelamentos de voos, overbooking e perda de bagagem.

“Isso é primordial para que as companhias prestem um bom serviço. Os passageiros precisam ter a quem recorrer quando estão diante de algum transtorno que possa causar prejuízos”, afirmou o administrador de empresas Adilson Francisco, 41 anos, que costuma viajar muito a negócios, mas estava no aeroporto aguardando a chegada de parentes e amigos.

Ele lembra que na semana passada um de seus voos a trabalho, do Rio para Salvador, foi cancelado na última hora: “Precisava estar em Salvador às 7h para uma reunião, mas cancelaram e a única opção que me deram foi um voo para Recife. Caso contrário, teria que viajar na manhã seguinte. Quando procurei a moça da empresa aérea para reclamar da falta de alternativa, ouvi: ‘Então, o senhor que procure a Justiça.’ Pensei: onde?”.

Com experiência de quem já viajou muito e não escapou de contratempos, a professora Ilva Modesto (foto acima), que já perdeu bagagens que nunca foram localizadas, espera que o serviço da Justiça nos aeroportos gere bons resultados. “Hoje, meu filho e meu neto, que também vão viajar, já tiveram problemas com atrasos de voos”, conta ela.

Fonte e fotos: Aluizio Freire (G1)

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