domingo, 30 de agosto de 2009

Salgado Filho: A falta que o aparelho antineblina faz

A falta que o aparelho antineblina fazA inércia dos governos em ampliar a pista do Salgado Filho e instalar o aparelho antineblina ISL 2 impõe transtornos a diferentes setores.

Os passageiros estão entre aqueles que mais sofrem com um aeroporto refém da neblina. Consultor jurídico do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Hugo Eduardo Giudice Paz tornou-se uma das vítimas em 13 de maio. Devido ao atraso num voo marcado para as 9h, perdeu uma audiência com o ministro da Previdência Social, José Pimentel, em Brasília. Iria tratar das regras da aposentadoria dos médicos.

Os prejuízos também preocupam as companhias aéreas. Se um Airbus de 200 lugares não consegue pousar no Salgado Filho devido à névoa, precisando desviar até Florianópolis à espera de melhores condições climáticas para voltar a Porto Alegre, a empresa tem um custo adicional de R$ 19,3 mil na viagem. Ainda precisa alojar os clientes em hotel e reorganizar a sequência de voos em função das conexões perdidas, entre outras perdas.

Condição necessária para instalar o ILS 2, a pista maior também eliminaria dificuldades. Conforme o diretor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Pontifícia Universidade Católica do Estado (PUCRS), Elones Fernando Ribeiro, a obra reduziria as limitações para grandes aeronaves.

Pista curta atrasa chegada de mercadorias ao Estado

Como não podem decolar do Salgado Filho com peso máximo (inclusive de combustível), as companhias de aviões gigantes preferem aeroportos maiores. Fica inviável, por exemplo, viajar da Capital direto para Johannesburgo, na África do Sul, a 7.617 quilômetros. Assim, os passageiros são submetidos a conexões, no Rio ou em São Paulo, para chegar a outro continente.

A restrição é um obstáculo para as empresas gaúchas, que não podem exportar ou importar, por via aérea, usando a capacidade total do frete. A Springer Carrier exemplifica o drama. Como o Salgado Filho não tem condições de receber componentes de ar-condicionado da China em cargas de até uma tonelada, o avião precisa pousar em aeroportos como Guarulhos e Viracopos, em São Paulo. Nos terminais paulistas, o material é dividido em aeronaves menores ou despachado em carreta, atrasando em pelo menos dois dias a chegada da mercadoria.

Calvário histórico

AGOSTO DE 1996

- Nevoeiro provoca incidente com avião Bandeirante, que pousa fora da pista.

MAIO DE 1997

- Nevoeiro causa suspensão de voos por mais de sete horas no aeroporto Salgado Filho.

JUNHO DE 2004

- Aeroporto fica 10 horas fechado, e 28 voos acabam cancelados ou atrasados.

MAIS

Como funciona o equipamento (em .pdf)

Fonte: Zero Hora - Imagem: reprodução

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