sábado, 9 de maio de 2009

Hotel para aviões

Empresário procurava abrigo para seu próprio jatinho, mas acabou criando o primeiro hangar de luxo para aeronaves executivas do País

Briguenti, da Nest Aviation: o hangar particular foi transformado em um novo negócio

Até mesmo os ricos têm lá suas necessidades. E foi para suprir uma delas que surgiu a Nest Aviation. A empresa, criada por Diego Briguenti, oferece espaço em seu hangar para o estacionamento de jatos particulares de grande porte, assim como infraestrutura de alto padrão para seus endinheirados donos. A ideia do empresário é oferecer serviços pouco comuns no cardápio das concorrentes, que normalmente não fazem mais do que guardar o avião - e muitas vezes para tentar empurrar serviços de manutenção, mais rentáveis.

Para se destacar dos demais, Briguenti decidiu concentrar seus esforços em um perfil de cliente: o super-rico. Por isso, não aceita qualquer jato em seu hangar, apenas os de grande porte. São máquinas como o Falcon 7X, da Dassault, ou o Legady, da Embraer, cujos preços giram entre US$ 35 milhões e US$ 40 milhões. E, para cativar seus donos, suas instalações incluem escritórios, salas de reunião, de apoio e até mesmo uma cozinha. E são equipadas com a última palavra em tecnologia e luxo. Se quiserem, seus clientes podem usar o local como uma base temporária para seus negócios, entre um voo e outro. Um heliponto exclusivo na empresa elimina o problema da distância do hangar, que fica no aeroporto de Campos dos Amarais, do centro de São Paulo. "Quem tem um jato grande, tem um helicóptero. A viagem da capital até aqui dura 15 minutos, muito menos que a espera para poder decolar com um jato particular de Congonhas", diz Briguenti.

De acordo com o empresário, uma das formas de garantir o alto nível dos serviços será limitar o número de clientes. "Com muitos clientes, o tratamento não seria tão cuidadoso", afirma ele, acrescentando que aviões pequenos atravancam o hangar e não oferecem uma margem tão boa em seu modelo de negócios. Atualmente com dois clientes, ele quer chegar no máximo a quatro. Neste primeiro ano, sua previsão é faturar entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões. O capital investido, R$ 5 milhões, deve ser recuperado em dois anos e meio, nos planos de Briguenti. Um bom prazo para o empresário, que teve a ideia da Nest quando procurava um lugar onde colocar seu próprio avião - um pequeno monomotor. Conversando com pessoas ligadas à aviação, soube que o Brasil estava prestes a receber vários novos jatos particulares grandes. Foi então que decidiu transformar seu pequeno hangar particular em um hotel para aviões.

Fonte: José Sergio Osse (IstoÉ Dinheiro) - Fotos: Murilo Constantino (Ag.IstoÉ)

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