sábado, 9 de maio de 2009

Jobim diz que haverá mais demissões na Infraero

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou ontem que haverá mais demissões na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) além das dezenas de apadrinhados políticos afastados da estatal, mas disse não saber o número. Tentando manter o tratamento do assunto como uma questão administrativa, Jobim afirmou que os detalhes estão concentrados no brigadeiro Cleonilson Nicácio, presidente da Infraero, a quem reiterou "apoio integral" às medidas de profissionalização. O ministro indicou ainda que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) também passarão pela mesma reforma.

"É um processo, tem que falar com ele", disse o ministro, numa cerimônia militar no Rio, ao ser indagado sobre o número de decisões. Ontem, numa palestra no Clube Militar, o ministro havia dito que haveria mais demissões, com afilhados do seu partido, o PMDB, e de outras legendas no alvo. "As ações do brigadeiro Nicácio visam exatamente a uma empresa que cumpra com as suas obrigações dentro do contexto do sistema aéreo brasileiro, que tem três braços: a infraestrutura (Infraero), a regulação (Anac) e o controle do espaço aéreo (DECEA)", afirmou.

Jobim lembrou que aceitou o convite para o Ministério da Defesa em 2007 com a tarefa de reestruturar o setor aéreo em crise e que as mudanças na Infraero são parte de um processo iniciado há dois anos. Neste contexto, disse o ministro, está o Programa de Demissão Voluntária da Infraero. "Foi uma decisão da diretoria (da estatal) nesse sentido, exatamente para que os quadros da Infraero sejam compatíveis com o tamanho de suas necessidades."

O ministro justificou as mudanças com a necessidade de acelerar o incremento da infraestrutura aeroportuária no País com a expectativa de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014. Ele afirmou que a Infraero já está mostrando resultados melhores em quesitos como número de voos atrasados e filas. Ele também comemorou o aumento de linhas aéreas para o Rio de Janeiro com a liberação de voos fora da ponte aérea, medida que desagradou a outro peemedebista, o governador do Rio, Sérgio Cabral. "A abertura do Santos Dumont fez crescer os voos no Rio de Janeiro e esse é o grande destino", disse.

Fonte: Alexandre Rodrigues (Agência Estado)

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