domingo, 25 de janeiro de 2009

Cientistas procuram ‘aliens’ em Marte

Entre eles está engenheiro brasileiro da Nasa que irá colaborar com missão bilionária que parte em 2011 atrás de sinais de vida

Os microorganismos alienígenas que podem habitar Marte não param de rondar a cabeça dos cientistas da Nasa. Entre eles, está o engenheiro brasileiro Ramon de Paula, um dos ‘caçadores de aliens’ do Planeta Vermelho. Na última semana, especialistas da agência espacial ficaram em polvorosa com a descoberta de que várias regiões de Marte são ricas em metano — gás que, na Terra, em 90% das vezes é fabricado por organismos. Os indícios podem mexer com o planejamento da próxima missão ao planeta: um verdadeiro laboratório, que chegará ao destino em 2012.

Ramon, que chefiou a missão da Nasa que enviou a sonda Phoenix a Marte, contou a O DIA que a descoberta do metano pode realmente alterar o planejamento das próximas pesquisas.

Em 2011, será enviada ao território marciano a missão mais ambiciosa até hoje, o Mars Science Laboratory (MSL). Para se ter uma idéia, a sonda enviada ano passado custou, ao todo, 500 milhões de dólares. Mesmo em tempos de crise, o já confirmado MSL, do tamanho de um carro de golfe, custará 2 bilhões.

“O MSL poderá dar mais pistas sobre a origem do metano. Inicialmente ele não iria para a região onde o gás foi encontrado, mas quem sabe faz sentido enviá-lo para lá?”, afirma o brasileiro, que vai colaborar com a próxima missão, mas não chefiá-la.

Segundo os cientistas, o metano percebido em Marte foi detectado por telescópios no Havaí, que decifram a composição química de substâncias através da luz que elas emitem. Aqui, o gás pode ser emitido na digestão de nutrientes, ou simplesmente em outros processos, como a oxidação de ferro. A Nasa não descarta, por exemplo, que microorganismos no solo marciano estejam emitindo o metano.

O planeta está vivo

“Neste momento, não temos informação suficiente para dizer que biologia ou geologia — ou as duas — está produzindo metano em Marte. Mas a existência do gás nos diz que o planeta está vivo, pelo menos num sentido geológico”, disse ao site da agência Michael Mumma, do Centro Aerospacial Goddard, da Nasa.

Depois de 5 meses, a Phoenix parou de se comunicar com a Terra em novembro. Com braço mecânico, conseguiu, após escavar a terra, mostrar a presença de gelo em Marte. Com tecnologia muito mais avançada, a Nasa quer, agora, com o MSL, determinar de vez se há ou houve vida no planeta, e até verificar se há chances de exploração humana. É ver para crer.

Fonte: João Ricardo Gonçalves (O DIA Online) - Foto: Revista Galileu

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