Bombeiro inspeciona telhado de galpão em que o monomotor ficou preso. Ocupantes saíram do avião com ajuda de moradores
O auxiliar de serviços gerais Frederico de Oliveira Guimarães, de 27 anos, quase desmaiou ao ouvir o abalo provocado pela queda do monomotor Cessna, modelo 172N, que perdeu o controle e atingiu o telhado de um galpão anexo ao seu local de trabalho, nessa sexta-feira, no bairro Jardim Montanhês, Noroeste da capital. O local é próximo ao Aeroporto Carlos Prates. “É perigoso sempre, porque não pára de passar avião e a gente não sabe se eles têm limite de segurança, porque sempre voam muito baixo.” Ontem, ele ajudou os ocupantes a descerem do local em que a aeronave ficou presa, e comemorou que ninguém tivesse se ferido gravemente.
“Quando chegamos ao telhado, eles já tinham saído do avião, mas estavam tontos, em estado de choque, porque sabiam que poderiam ter morrido ali.” O medo do rapaz é compartilhado por muitos moradores que foram para a porta de suas casas, na rua Arthur Haas, ver os estragos provocados pelo desastre. Os dirigentes do aeroporto não se pronunciaram sobre as condições de segurança nas imediações.
A dona-de-casa Valéria Pereira Lima, de 34, não conseguia ficar em casa depois do acidente. “Aqui é cheio de empresas com depósito de gás. Se um deles explodisse, já estaríamos mortos.” Moradora da rua onde ocorreu o acidente, Valéria disse que só não se muda porque já está estabelecida na área. “Só pode ser falta de fiscalização, porque sempre ouvimos barulho de avião muito perto, em qualquer horário do dia, da tarde ou da noite.”
Ponderação
O coronel Deusdedit Reis, oficial de segurança de vôo da Força Aérea Brasileira (FAB), ponderou que é comum haver reclamações da população em momentos de acidentes. “No Carlos Prates, os índices de acidentes não são tão altos. Geralmente, o aeroporto é construído antes e a ocupação do entorno ocorre depois.” O aeroporto foi construído em 1944 e, segundo informações da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), tem pista de 928 metros de extensão. É usado como pólo formador de profissionais da aviação, além de abrir espaço para a aviação esportiva, de pequeno porte e helicópteros.
Perícia
Peritos do Centro Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Ceripa) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estiveram no galpão, na manhã deste sábado, para avaliar as causas do acidente. Um laudo preliminar deve ficar pronto em quatro dias. A investigação final do órgão, no entanto, só deve ser concluída em um mês. Os três feridos no acidente já receberam alta.
Fontes: Bianca Melo (Estado de Minas) / Rodrigo Lima (TV Alterosa) - Paulo Filgueiras (EM/D.A Press)
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