Há quase um ano, quando a Gol investiu 275 milhões de dólares na aquisição da Varig, a intenção da companhia era retomar os vôos abandonados pela rival em dificuldade e se tornar a líder brasileira na aviação internacional. No entanto, o objetivo caiu por terra poucos meses depois, com a Varig apresentando as taxas de ocupação mais baixas entre as grandes empresas de aviação civil. Tanto que em janeiro o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, anunciou que a subsidiária teria que interromper algumas de suas principais rotas internacionais, como Londres, Frankfurt e Roma. Já a Gol abandonou os vôos diretos entre São Paulo e Santiago (Chile) e Lima (Peru).
Para tentar reverter os maus resultados, a Varig tem anunciado nas últimas semanas uma série de acordos com companhias aéreas estrangeiras para aumentar o número de conexões que podem ser oferecidas a seus passageiros em países como Turquia, EUA, Israel, Alemanha, Japão e México. Já estão fechadas parcerias com 22 companhias, sendo que 11 acordos foram anunciados nos últimos 15 dias.
A estratégia é semelhante à da TAM, que em 2007 elevou de 34 para 64 o número de acordos com companhias aéreas estrangeiras para a realização de conexões em outros países. O sucesso da TAM nos vôo internacionais, o filet mignon da aviação civil, fez que com que a Varig repensasse todo o seu plano de negócios. A empresa também voltou a operar rotas para Paris e México e trocou 50% de sua frota por aeronaves mais novas. Além disso, terá vôos regulares para os Estados Unidos até novembro. Na próxima semana, a companhia anunciará seus novos destinos nacionais.
“Estes acordos permitem à companhia agregar maior abrangência à sua malha internacional e simplificam a vida dos passageiros”, explica Lincoln Amano, diretor comercial da Varig. Nos países onde há parceiros os passageiros não precisam mais fazer o check-in das malas nas conexões. A compra dos bilhetes também pode ser feita para todos os destinos operados pelos parceiros por meio de agentes de viagens ou sistemas de atendimento ao consumidor. Entretanto, há uma ressalva: os passageiros que utilizam o programa de milhagem Smiles podem acumular milhas somente nos trechos operados pela Varig.
Mesmo com toda a reestruturação, a companhia ainda enfrenta muitos problemas. Das cidades para as quais a Varig voa, apenas uma está entre as mais visitadas do mundo: Paris. Entre os 30 destinos mais procurados, a empresa voa para apenas mais dois – Madri (17º no ranking) e Cidade do México (30º). A empresa ainda continua com 50% da frota composta por aeronaves mais antigas. Por esse motivo, o mercado continua pessimista com as ações da Gol, que perderam 70% do valor desde o início da crise nos aeroportos brasileiros e fecharam cotadas a 25,30 reais na última sexta-feira.
Fonte: Ana Greghi (Portal Exame)
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