domingo, 2 de março de 2025

Após procedimento comum de avião da Air France em Guarulhos, reporte de mídias brasileiras gera temor de colisão

Posições do A350 e do ATR, quando o A350 estava entrando na aproximação para Guarulhos
(Imagem: FlightRadar24)
Diversas pessoas buscaram informações mais detalhadas sobre um reporte, feito por diversas mídias brasileiras na sexta-feira, 28 de fevereiro, a respeito de um voo da Air France chegando ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

O reporte de um conhecido jornalista em uma coluna de um grande portal aborda a situação de uma maneira que tem levado os leitores a entenderem que houve um risco de colisão aérea, e tal informação passou a ser reproduzida por diversos outros portais.

Porém, houve apenas um procedimento normal, que acontece com certa regularidade em aeroportos tão movimentados como o de Guarulhos, conforme explicado a seguir.

No começo da manhã de 28 de fevereiro, o voo AFR-454, da Air France, efetuado com o avião Airbus A350-900 de matrícula F-HTYT, chegava de Paris, França, para pouso pela cabeceira 10R do aeroporto paulista.

Quando o avião já estava alinhado na aproximação, mas ainda alto e distante, o controle de tráfego aéreo orientou que os pilotos descontinuassem a aproximação, realizando uma arremetida, pois não haveria separação suficiente em relação ao avião que pousava à frente.

Pelo histórico das plataformas de rastreamento online de voos, à frente do A350 estava um ATR 72-500 da VoePass, que chegava de Ribeirão Preto (SP).

ATR 72-500 da VoePass, igual ao que pousou em Guarulhos na manhã do dia 28/02
Dado que este modelo turboélice possui uma velocidade de aproximação bem menor do que o grande jato, é necessário haver uma separação mais ampla entre eles, para que o primeiro pouse e saia da pista antes que o segundo chegue ao solo.

Como na manhã de sexta-feira essa separação não era tão ampla, o controlador de tráfego aéreo tratou de interromper a aproximação do Airbus A350, antes que houvesse qualquer risco de colisão, e não por já ter surgido o risco de colisão, como um enorme número de pessoas está entendendo ao ler a breve nota publicada no grande portal de notícias.

Assim, a todos que já questionaram e àqueles que ainda venham a procurar pela informação, fica a ressalva de que não houve nada de incomum. Como Guarulhos recebe grande fluxo de pousos de aeronaves das mais diferentes performances, essa não é a primeira e nem será a última vez que um avião será orientado a arremeter quando não houver separação suficiente em relação ao pouso anterior.

Nenhum comentário: