Um voo da Gol vindo de Guarulhos precisou fazer um pouso de emergência na Base Aérea de Canoas neste domingo (15). A aeronave Boeing 737-86N, prefixo PR-GZI, com 186 passageiros enfrentou problemas técnicos enquanto realizava as manobras de pouso devido as condições climáticas causadas pelo ciclone Biguá, que passou sobre o Rio Grande do Sul.
O voo da Gol partiu de São Paulo às 15h e durante a tentativa de pouso precisou arremeter devido a uma falha no flap, dispositivo que aumenta a sustentação da aeronave na hora do pouso com pouca velocidade. Ás 16h30 o piloto acionou o código de emergência “PAN PAN”, que indica uma emergência operacional, comunicando o pouso imediato.
Após a autorização a aeronave pousou na pista da Base Aérea de Canoas, que tem 2.751 metros e é adequada para pousos de emergência.
O vídeo a seguir, captado pela câmera ao vivo do canal “Camera Aeroporto Porto Alegre BrAmigos”, permite acompanhar todas as comunicações entre o piloto e o controle de tráfego aéreo durante a ocorrência. Abaixo da gravação, leia mais detalhes sobre a situação.
Como visto nas cenas acima, o voo em questão foi o 1885 da GOL Linhas Aéreas, que partiu do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), às 15h07 e pousaria no Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre (RS), por volta das 16h25.
De matrícula PR-GZI, o Boeing 737-800 arremeteu (descontinuação do procedimento) devido aos fortes ventos durante a aproximação para o Salgado Filho, levando os pilotos a optarem pelo desvio para Canoas (pista maior, em função da limitação de 1.800 metros em Porto Alegre). Em seguida, porém, o jato apresentou um problema nos flaps.
Conforme reportado pelo canal com base nos áudios que acompanham a gravação, após a arremetida, o piloto da GOL informou que precisava das condições de Canoas. Às 16:31:54 o piloto declarou PAN PAN, anunciando que o flap ficou travado, que não tinha condições de pousar em Porto Alegre e nem prosseguir para Florianópolis.
O sinal radiotelefônico de urgência PAN PAN é usado por alguém a bordo de um barco, navio, aeronave ou outro veículo para declarar que precisa de atenção ou ajuda devido a uma situação urgente, mas que, até o momento, não representa um perigo imediato para a vida de ninguém ou para o próprio veículo.
Às 16:33:36, o controle de tráfego aéreo autoriza o piloto da GOL a prosseguir para aproximação Canoas. Nota-se um ruído contínuo de alarme a bordo, possivelmente em decorrência do flap travado, e, logo em seguida, o controlador pergunta se os pilotos teriam condições de prosseguir para Canoas. O piloto responde que ainda não inseriu o procedimento completo para realizar o pouso em Canoas.
Às 16:35:16, o piloto informa que estava ainda mantendo os 4.000 pés, e nota-se ainda o som de alarme no áudio. Às 16:36:17, o piloto da GOL informa que precisaria de órbita (trajetória circular de espera em voo) para realizar o checklist; o som de alerta continua.
Às 16:37:39, o controle solicita informações de quantas esperas o GOL 1885 precisaria realizar. Às 16:39:10, o piloto pergunta ao controle das condições do tempo em Canoas, com o som de alerta anda audível ao fundo.
Às 16:39:34, o piloto informa que esta ciente das condições de Canoas e que deseja prosseguir para lá. Às 16:44:15, o controle autoriza a descida do GOL 1885. ÀS 16:45:44, o piloto informa que pode continuar a descida, sendo autorizado para 2.500 pés, indo para a pista 31 de Canoas.
Às 16:47:04, o piloto informa sobre o bloqueio do fixo CO001 na final da 31 de Canoas, sendo autorizado pelo controle a entrar em contato com a torre de Canoas. Às 16:51:14, a aeronave aparece ao fundo da gravação, na aproximação de Canoas. Às 16:53:51, o controle informa que o GOL 1885 está em solo.
Via Murilo Basseto (Aeroin), Leouve e ABC+
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