sábado, 19 de fevereiro de 2022

Aeronaves da Itapemirim começam a sair do sistema da ANAC, e retorno é improvável


No dia 17 de dezembro a Itapemirim Transportes Aéreos suspendeu as suas operações alegando um processo de reestruturação interna. Na época mais de 100 mil clientes da companhia aérea foram afetados com a decisão do Grupo.

Devido à paralisação das operações da empresa, a ANAC suspendeu no mesmo dia o Certificado de Operador Aéreo (COA) da Itapemirim.

Prometendo voltar dois meses depois, no dia 17 de fevereiro, a promessa realizada pelo CEO do Grupo Itapemirim, Sidnei Piva de Jesus, não se cumpriu nesta última quinta-feira (17/02). Ao contrário, o primeiro avião da companhia (PS-SPJ), e que leva as iniciais do dono, voou para os Estados Unidos.

PS-SPJ foi uma das aeronaves que deixaram de existir no sistema da ANAC
Dias depois a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) recebeu um pedido de baixa para três matrículas de aeronaves que operaram na Itapemirim: PS-MGF, PS-SPJ e PS-TCS.

Todos os aviões listados acima já foram trasladados para os Estados Unidos pelos lessores, donos das aeronaves que arrendavam para a ITA. De acordo com fontes ao Portal AEROFLAP, nos próximos dias as aeronaves PS-SFC e PS-ITA terão baixa da matrícula no sistema da ANAC.

Na época da paralisação das operações a Itapemirim justificou que os aviões iriam para manutenção nos Estados Unidos. Contudo, fotos recentes demonstram que os aviões estão em condição de “estocagem”, em locais desérticos utilizados para conservar os aviões com baixa umidade.

O último avião programado para entrar na frota da ITA, o Airbus A319 de matrícula PS-SIL, foi fotografado no hangar da TAP ME pronto para devolução aos lessores de Malta. Já o PS-AAF não tem previsão de ser removido do Brasil, visto que está canibalizado* em São José dos Campos.

O retorno da companhia aérea ao mercado é cada vez mais improvável, devido à devolução dos aviões aos credores, pouca credibilidade da empresa após paralisar as suas operações, e pela falta do certificado junto à ANAC, que precisa ser emitido novamente. Para agravar a situação, muitos tripulantes saíram da empresa, e agora estão trabalhando na Azul ou LATAM.

A Itapemirim operava voos regulares em São Paulo-Guarulhos (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte-Confins (MG), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Maceió (AL), Natal (RN), Rio de Janeiro-Galeão (RJ), Porto Alegre (RS), Porto Seguro (BA) e Recife (PE) e Salvador (BA).

*A canibalização de uma aeronave é realizada quando a companhia retira peças de um avião da frota para manter outro em atividade. Normalmente o procedimento é realizado para manter um avião na malha na falta de uma peça para reposição imediata, ou em caso de falta de dinheiro para comprar determinado componente.

Via Pedro Viana (Aeroflap) com informações de Congresso em Foco

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