Avião Waco sobrevoa o céu de Maringá e região (Foto: Arquivo pessoal) |
Uma aeronave Waco, modelo projetado no período entreguerras, nos Estados Unidos, tem sobrevoado o céu de Maringá e região. O proprietário e piloto do avião é o administrador de empresas Jeferson Platzeck Estrella, de 51 anos, morador de Maringá. A aeronave, que é um biplano azul, é uma verdadeira raridade e parece ter saído de um filme.
A fábrica Waco surgiu no início da década de 1920 e, até a Segunda Guerra Mundial, foi a aeronave mais popular dos Estados Unidos. Na época, o avião era usado como “treinador” pela força aérea norte-americana. Mas no fim da década de 1940, com o surgimento de aeronaves de performance superior, os biplanos se tornaram obsoletos e a empresa fechou as portas. Até que, em 1983, um grupo de empresários de Michigan comprou a Waco e voltou a fabricar as aeronaves. Desde então, o avião tem sido produzido de forma artesanal com base nas técnicas originais das décadas de 1920 e 1930.
Desta nova versão, fabricada a partir de 1983, a aeronave de Jeferson Platzeck Estrella é a única no Brasil, segundo ele. “Hoje, a fila de espera para comprar um Waco é de até dois anos e meio. Ele é feito de maneira artesanal em Michigan, nos Estados Unidos. Lá, ele é muito vendido. No Brasil, do modelo novo, dessa atualização de 1983 para cá, o meu é o único. Que tenho conhecimento, existem outros dois que são da década de 1940, e que foram restaurados”, detalhou em entrevista ao GMC Online.
Mantendo as características originais do projeto, os novos donos da fábrica Waco implantaram cerca de 300 itens no nova versão da aeronave para melhorar as características de voo e segurança. O motor é o mesmo, mas passou de 245 cavalos para 275. Onde era madeira, por exemplo, agora é fibra de carbono. E onde era luz comum, agora é LED.
Waco que pertence a Jeferson Platzeck Estrella, morador de Maringá (Foto: Arquivo pessoal) |
Estrella pilota aviões há mais de 20 anos e já teve algumas aeronaves, entre elas um Cherokee 140 da Piper; um Beech Bonanza V35; um Baron E55; e um Baron 58, que tem até hoje e é usado para trabalho e viagens. Mas ter um Waco era um sonho de infância. “Quando eu tinha cinco anos de idade, nós tínhamos carrinhos, barcos e aviões de ferro. E então eu ganhei um avião biplano azul de brinquedo. Quando era hora de parar de brincar, eu guardava todos os outros brinquedos em caixas de sapato, menos esse avião. Ele eu levava para a cama para dormir comigo. […] Ter um biplano azul era um sonho de criança”, conta.
Em 2019, Estrella foi para os Estados Unidos conhecer o Waco pessoalmente, em uma feira de aviação. E, no ano passado, conseguiu realizar o sonho antigo. Ele comprou o biplano de um morador de Rio Claro (SP). “Eu sabia que uma pessoa, de Rio Claro, já tinha importado um Waco, e soube que ele estava querendo vender porque se mudaria para a Itália. Eu queria um azul e, por coincidência, o que ele tinha era azul. […] Comprei em setembro e, por ser um avião diferente e ter algumas particularidades, precisei aprender a voar com ele”, disse.
Em 2019, Jeferson Platzeck Estrella foi para uma feira de aviação nos Estados Unidos para ver o Waco pessoalmente (Foto: Arquivo pessoal) |
O avião dele fica na Pousada das Águias, aeroporto privado localizado no município de Presidente Castelo Branco, e é usado apenas para lazer. “Podemos comparar o Waco com um carro esporte, ele é para hobby, para diversão. Basicamente, voo com ele em Maringá e lugares próximos, para ir a encontros de aviação. […] Se um dia eu tiver que vender um dos dois aviões, vendo o outro. Esse, se eu puder, vou deixar de herança para os meus filhos”, finaliza Estrella.
Waco pertence a morador de Maringá (Foto: Arquivo pessoal) |
Aviões no Paraná
Existem 679 aviões particulares em atividade no Paraná, segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Houve um aumento de 3,9% em relação ao ano passado, quando o Estado somava 653 aeronaves privadas aptas a operar. O número inclui aviões de pessoas físicas e jurídicas, como empresas de fertilizantes, loteadoras, construtoras, transportadoras, bancos e outras.
Por Lethícia Conegero (GMC Online)
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