quinta-feira, 17 de abril de 2014

Avião faz pouso forçado no interior do Amazonas, diz PM

Aeronave havia saído da cidade de Canutama; há suspeita de pane mecânica.

Duas pessoas estavam no avião e tiveram ferimentos leves, informou hospital.

Foto: Márcio Azevedo/Terra

O avião bimotor Piper PA-34-200T Seneca II, prefixo PT-ISH, com duas pessoas a bordo caiu no meio da mata durante um pouso forçado na noite desta quarta (16), por volta das 18h, dentro de um sítio próximo ao ramal de Paricatuba, no Km 21 da rodovia AM-070 Manoel Urbano (Manaus-Manacapuru), no município de Iranduba, a 27 quilômetros da capital. As informações foram confirmadas pela 8ª Companhia da Polícia Militar de Iranduba.

“Passou muito baixo e quase o avião pega no nosso telhado. Foi um barulho muito forte e sumiu na mata, que é uma descida. Eu fui deixar minha mãe no sítio e o barulho foi tão forte que corri na direção contrária. Pensei que ia cair em cima da nossa casa. Eu só vi a ponta da asa indo para dentro da mata”, disse a autônoma Elaine Marques do Nascimento, 37, testemunha do acidente.

O piloto, identificado como Carlos Eduardo Gomes Lima, 50, e o copiloto, Santana dos Santos, 44, que seria proprietário da aeronave, sobreviveram. Os dois homens vinham para Manaus do município de Canutama, a 619 quilômetros da capital, transportando o bimotor, que teria sido comprado em Canutama. Por problema no motor, o avião fez um pouso forçado e caiu em uma propriedade particular, no Sítio do Zeca.

Carlos e Santana foram socorridos por moradores e levados ao Hospital Regional Hilda Freire, em Iranduba, e foram liberados. Conforme a enfermeira Rose Menezes, 33, as vítimas tiveram ferimentos leves. “O piloto (Carlos) teve escoriações e o co-piloto (Santana) teve dois cortes na cabeça e dores toráxicas. Uma caixa de ferramentas caiu na cabeça dele (copiloto). A empresa veio e os levou para clínica particular”, disse.

Segundo o sargento Petrônio Cruz, da 8ª Companhia da PM de Iranduba, equipes de buscas tentaram localizar o bimotor, mas devido a escuridão e a densidade da floresta as atividades foram paralisadas. “Paramos por enquanto a noite para nossa equipe não se perder. Caiu no sítio do Zeca, lá na mata. Amanhã retornaremos as buscar”, declarou o sargento.

Uma equipe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos (Seripa-7) também foi deslocada ao local, conforme o tenente-coronel Ricardo do Carmo. “Uma caminhonete com duas ou três pessoas foram deslocadas. A ação inicial é apurar os dados e verificar aquilo que for possível. Iremos fazer trabalho distinto da polícia, apurar os diversos fatores que contribuíram para que aquilo acontecesse”, disse.

Testemunha

“A gente sempre escuta avião muito próximo daqui. É rota de avião que vai para o (aeroporto) Eduardo Gomes. Eles fazem a volta quase em cima de casa para pousarem lá. É um barulho horrível”, relatou a autônoma Elaine Marques do Nascimento, 37, testemunha do acidente. “Foi um barulho horrível. Quando aconteceu, peguei o carro e fui atrás pelo ramal da comunidade Fé em Deus, mas desisti. Não vimos fumaça, nem fogo”.

Alto índice de acidentes

O número de acidentes com aeronaves registrados na Amazônia é considerado alto. De 2003 a 2013, Seripa 7, instalado em Manaus, contabilizou 83 acidentes aéreos na Amazônia ocidental, englobando quatro estados: Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. A investigação das causas de cada acidente dura em média um ano.

O órgão informou que não há somente uma causa para os acidentes aéreos na Amazônia ocidental. De acordo com o órgão, o principal fator, com 67,5% das causas de acidentes, é a falta de um gerenciamento eficaz por parte das companhias de táxi aéreo. Em segundo lugar com 55%, o julgamento do piloto, e em terceiro com 50%, a falta de manutenção periódica das aeronaves.

Fontes: Vinicius Leal (acritica.uol.com.br) / Leandro Tapajós e Marina Souza (G1 AM)

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