Foi a primeira vez que acoplamento ocorreu de forma 'expressa'.
Até então, viagem de nave russa tripulada durava dois dias.
A nave russa Soyuz TMA-08M, com três tripulantes a bordo, realizou pela primeira vez nesta sexta-feira (29) uma viagem para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) no modo "expresso", o que reduziu o tempo de viagem de dois dias para seis horas.
O foguete decolou da base de Baikonur, no Cazaquistão, e se acoplou com a ISS na madrugada de sexta (hora de Brasília), informou o Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia (CCVE).
O foguete russo Soyuz, quando foi lançado nesta quinta-feira (28) do cosmódromo russo de Baikonur, no Cazaquistão, para levar dois russos e um americano à ISS - Foto: AFP
Segundo a imprensa internacional, o novo procedimento com tripulação foi possível após testes com outras três naves de carga russas, versões não-tripulados da Soyuz utilizadas para levar suprimentos para a estação espacial.
"O acoplamento aconteceu em regime automático e na hora prevista", disse um porta-voz da Roscosmos, a agência espacial russa, citado pela "RIA Novosti", veículo de imprensa da Rússia.
De acordo com a agência de notícias France Presse, a técnica de voos expressos começou a ser desenvolvida em 2011.
No entanto, segundo a Associated Press, o trajeto mais prolongado (de dois dias) era necessário quando a estação estava em uma órbita mais baixa, que atendia os voos dos foguetes espaciais dos Estados Unidos.
Depois que os EUA aposentaram as viagens dos ônibus espaciais, em 2011, a estação foi deslocada para 400 km de altitude, uma órbita que permite um voo mais breve (com um foguete em maior velocidade).
A Rússia quer aplicar o novo procedimento em todos os voos para a ISS, no entanto, a agência espacial americana Nasa tem dúvidas sobre alguns aspectos técnicos, como a obrigação de sentar os astronautas durante o voo, deixando-os incapazes de se mover durante a trajetória.
A nave levou à plataforma orbital os cosmonautas russos Pavel Vinogradov e Aleksandr Misurkin e o astronauta americano Christopher Cassidy. Eles ficarão cinco meses no espaço, antes de voltar para a Terra.
"É uma visão tão bonita, difícil de acreditar nos meus olhos", disse Vinogradov, 59 anos, na NASA TV, segundo a Associated Press.
As escotilhas, informou o CCVE, serão abertas assim que for confirmado o hermetismo do acoplamento e igualadas as pressões da nave e da plataforma espacial.
Imagens da Nasa mostra a nave Soyuz vista da
Estação
Espacial Internacional - Foto: Reprodução/Nasa
Os recém-chegados serão recebidos pelos atuais tripulantes da ISS: o canadense Chris Hadfield, o russo Roman Romanenko e o americano Tom Marshburn.
Vinogradov disse em uma coletiva de imprensa pré-lançamento que o caminho de voo mais curto iria reduzir a fadiga da tripulação.
Fontes: G1 / YouTube
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