quinta-feira, 10 de setembro de 2009

'Daqui a pouco, vou receber de graça', diz Lula sobre aviões-caça

A concorrência entre Estados Unidos, França e Suécia para a venda de aviões-caça ao Brasil, levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fazer um comentário irônico sobre as negociações.

Ao ser questionado se é definitiva a decisão do governo brasileiro de comprar caças franceses, ao mesmo tempo que a americana Boeing acreditava que fecharia negócio com o Brasil, o presidente respondeu: "Daqui a pouco, vou receber de graça".

Lula não comentou nota divulgada pelo governo americano mostrando-se disposto a transferir tecnologia das aeronaves para o Brasil. No documento, a Embaixada dos Estados Unidos diz esperar que o governo brasileiro não tenha optado pelo acordo com a França. A transferência de tecnologia também foi colocada à disposição pelo governo francês.

O anúncio antecipado por Lula sobre a preferência brasileira pelos caças franceses, na última segunda-feira, incomodou o Comando da Aeronáutica, que levou o Ministério da Defesa a divulgar nota oficial afirmando que a discussão ainda não está encerrada.

Fonte: Veja.com (com Agência Estado)

Ponto de vista: Faltou combinar em casa

Sem sequer ter recebido o parecer da Aeronáutica, o presidente Lula optou pela compra de caças franceses, deu a boa notícia a Nicolas Sarkozy e oficializou a decisão na declaração conjunta. A revelação descontentou empresas da Suécia e dos EUA também interessadas no negócio. Ansiosos por tranquilizá-las, os ministros Celso Amorim e Nelson Jobim produziram declarações que só serviram para inquietar a França.

Na historinha famosa, o craque Garrincha, depois de ouvir na preleção o que teria de fazer para destroçar a seleção da Rússia, desconcertou o técnico com uma pergunta singela: aquilo já havia sido combinado com os adversários? Lula entendeu-se rapidamente com os franceses. Só esqueceu de combinar com os brasileiros.

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