sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Pantanal demite e pede recuperação

A Pantanal Linhas Aéreas demitiu cerca de 50% do seu quadro de funcionários na última quinta-feira (18) e entrou com pedido de recuperação judicial. Segundo um funcionário da empresa, que pediu para não ter o nome divulgado, o corte atingiu mais de 200 trabalhadores que atuam na Capital e deve chegar às bases do interior de São Paulo, como Bauru, Presidente Prudente, Araçatuba e Marília, além de Juiz de Fora (MG).

A reportagem entrou em contato várias vezes na útlima qui com a sede da empresa em São Paulo, no entanto, a telefonista informou que, por ser período de férias, não seria possível contato com membros da administração.

A Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) explicou que a empresa não precisa necessariamente comunicar a agência para fazer o pedido de recuperação judicial e, até ontem, nenhuma informação sobre o assunto havia sido divulgada.

Segundo o gerente da Pantanal em Araçatuba, Luiz Carlos Barbosa, por enquanto nenhum funcionário da empresa no município foi demitido. "Aqui não tivemos nenhuma alteração, está tudo normal", disse. Sobre o pedido de recuperação judicial, Barbosa respondeu apenas que faz parte do projeto de reestruturação da empresa e que as demissões devem atingir mais a parte interna e administrativa. "A empresa estava aguardando uma permissão do governo, que saiu agora, por isso devem estar fazendo isso agora", disse. A Pantanal possui nove funcionários em Araçatuba.

PASSAGENS

Os vôos também não devem ser alterados. "A Pantanal mantém os vôos diários para a capital paulista e as vendas de passagens até dezembro de 2009", afirmou. De acordo com o funcionário da Capital, que está entre os demitidos pela empresa na manhã de ontem, há informações de que a recuperação judicial é patrocinada por empresa terceirizada.

A empresa estaria ainda, há algum tempo, arcando com as despesas de combustível para o abastecimento das cinco aeronaves que operam pela Pantanal. O funcionário era aeroviário e trabalhava na sede da companhia em São Paulo.

Ele conta que foram demitidos, apenas na matriz, secretárias da diretoria, gerente do RH (Recursos Humanos), assistentes jurídicos, funcionários da reserva, estatística, câmbio, de um departamento chamado Receita, informática, financeiro, entre outros, que correspondem a 50% do quadro total.

O funcionário forneceu o nome do escritório responsável pela recuperação judicial da Pantanal. No escritório Sérgio Müller & Associados, uma funcionária confirmou o processo de recuperação judicial e disse que um dos advogados entraria em contato com a reportagem assim que chegasse na empresa para explicar o processo, o que não ocorreu até o fechamento desta edição.

REORGANIZAÇÃO

Em página na internet, a Sérgio Müller & Associados se identifica como uma das mais qualificadas bancas atuantes em Direito Empresarial e Recuperação de Empresas no sul do País, especializada em reorganização de empresas e negócios societários.

Dificuldade se tornou pública em março

As dificuldades financeiras da Pantanal se tornaram públicas em março, quando a Anac suspendeu os vôos da empresa por não ter renovado o Cheta (Certificado de Homologação de Empresa do Transporte Aéreo), alegando que a companhia teria deixado de apresentar documentos de sua situação técnica, operacional, jurídica e fiscal.

A Pantanal também estaria passando por uma crise financeira. A empresa conseguiu na Justiça liminar para manter todos os seus vôos. A liminar obrigou a Anac a prorrogar a concessão até o julgamento de outra ação da Pantanal contra a União.

DEPÓSITO

Nessa ação, a Pantanal tentava obter as certidões que atestassem sua regularidade com a Receita e a Previdência. A companhia depositou judicialmente o valor dos débitos com a União. Na época, a Pantanal também entrou na Justiça com pedido de preservação de direito para que pudesse entrar com pedido de recuperação judicial. O objetivo era ganhar tempo para se preparar para o pedido de recuperação. A.G.

Fonte: Folha da Região

Um comentário:

Anônimo disse...

Esta informação fornecida pelo jornal não está correta. Foram 29 funcionários demitidos, da área administrativa. Permanecem na empresa mais de 200 funcionários.