segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Índios querem retirada dos destroços do Boeing da Gol da mata

Administrador da Funai em Colíder (MT) pede providências na região.

G1 foi ao local do acidente no ano passado.


O administrador executivo regional da Fundação Nacional dos Índios (Funai) em Colíder (MT), Megaron Txucarramae, fechou o local onde o Boeing da Gol caiu, em setembro de 2006, e reclamou que a empresa aérea não retirou os destroços da aeronave, na reserva Kapot/Jarina. Cento e cinqüenta e quatro pessoas morreram no acidente aéreo.

Após dois anos da tragédia, o índio afirmou ao G1 que vai refazer o pedido para a presidência nacional da fundação para que entre em contato com a Gol. "Já pedimos para tirar os destroços de lá. Aquilo polui a mata e a água dos córregos. Já pedimos para a Funai fazer isso. A Gol ainda não nos procurou", disse Megaron.

No ano passado, o cacique da aldeia Piaruçu, Bedjai Txucarramae, disse que o acesso ao local seria fechado e só seria reaberto para a retirada dos destroços.

A assessoria de imprensa da Gol informou ao G1, na noite de sexta-feira (26), que os destroços foram retirados, mas não falou sobre a data da remoção. Megaron, no entanto, disse que ninguém entrou na reserva indígena desde novembro do ano passado e que os destroços permanecem no local.

O índio disse que não volta à Reserva Kapot/Jarina desde novembro de 2007 e que o acesso ao local permanece proibido. "Não vamos fazer nenhuma celebração em memória aos mortos no acidente, como fizemos no ano passado."

Expedição de um ano

O G1 esteve no local do acidente da Gol no ano passado e acompanhou uma expedição com Marcos Antonio Marinho Silva, de 52 anos, marido da médica Ana Maria Caminha Maciel Silva, uma das 154 vítimas do vôo 1907.

Ele não participou da viagem organizada pela Aeronáutica, em que parentes sobrevoaram o local do acidente e nem da missa celebrada na Fazenda Jarinã, em Peixoto Azevedo (MT), que serviu de base estratégica para as operações de resgate dos corpos na mata.

Fonte: G1

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