terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Exército terá aviões não-tripulados para monitorar áreas estratégicas

Tecnologia será usada para evitar desmatamento ilegal e resolver conflitos. Ao todo, três aeronaves serão destacadas para a função.

Avião não-tripulado é preparado para decolagem (Foto: Luiz Lacaz Ruiz)

Enquanto um satélite exige uma logística complicada e muito dinheiro para ser colocado em operação, o avião-não tripulado é de simples operação e consideravelmente mais em conta. O mais importante, no entanto, é que ele pode ser colocado bem em cima da área que precisa ser monitorada na hora exata em que ela deve ser vista.

O objetivo do Exército é utilizar os aviões em áreas que considera estratégicas. O que vai tanto do monitoramento de criminosos fazendo desmatamento ilegal na Amazônia até o controle de fronteiras e, em certos casos, ações em favelas. Aviões do tipo são usados em confrontos por exércitos de países como Estados Unidos e Israel, para obtenção de alvos para a artilharia. Para as Forças Armadas brasileiras, eles podem ser úteis em missões de paz, como a do Haiti, que envolve o controle de extensas favelas horizontais, como a de Cité Soleil, na capital Porto Príncipe.

Equipe da Flight Solutions trabalha na aeronave (Foto: Luiz Lacaz Ruiz)

Os aviões

Quem vai coordenar tudo isso é a empresa Flight Solutions, que ganhou a licitação do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e fornecerá três aeronaves e todo o aparelhamento necessário. Para cumprir o combinado, a jovem companhia, no mercado há apenas um ano, terá muito trabalho pela frente e precisará dobrar sua equipe, atualmente de 10 pessoas. “Não é um produto que está prontinho na prateleira e é só pegar e usar. Há todo um trabalhoso processo por trás”, explicou ao G1 Nei Brasil, um dos sócios da empresa.

A Flight Solutions já possui veículos aéreos não-tripulados (Vants, na sigla), que funcionam com seis horas de autonomia de vôo e podem ir a 70km de distância do centro de controle. O Exército, no entanto, tem necessidades mais modestas. “O CTEx precisa apenas de umas duas horas de autonomia e uma distância de não mais que 15km da base”, afirma Brasil.

Essas necessidades menores implicam aviões menores que os quatro metros de envergadura atuais – e também mais baratos. Mas, para isso, a empresa vai precisar adaptar seus projetos para as especificações técnicas necessárias. Na primeira fase da empreitada, a Flight Solutions pretende identificar o que precisa ser alterado. Na segunda, encontrar as soluções. Por fim, a empresa vai fabricar e entregar os três aviões, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Para ter tudo pronto, o Exército deve desembolsar R$ 1.3 milhões.

Fonte: G1

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