Segundo o ministro da Defesa, aeroporto de Viracopos, em Campinas, terá ligação por trem com o centro de São Paulo
Jobim não deu prazo para a obra do 3º aeroporto; ele anunciou que contratará auditoria para avaliar controle de tráfego aéreo
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que o governo já tomou duas decisões políticas: a construção do terceiro aeroporto de São Paulo e a implantação do sistema de trens para ligar o aeroporto de Viracopos, em Campinas (95 km de SP), até o centro da capital.
"A construção do terceiro aeroporto é uma decisão tomada. A dos trens de Viracopos também", disse Jobim à Folha ontem, acrescentando que vai se encontrar com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), depois do Carnaval, para tratar principalmente do projeto dos trens, que ligará ainda o Estado ao Rio de Janeiro.
Segundo Jobim, serão necessários R$ 40 milhões para os estudos de definição da localização e para a elaboração do projeto do terceiro aeroporto, até julho de 2009, e mais R$ 2 bilhões para a compra do terreno e para a terraplanagem. Ele, porém, não quis se comprometer com prazos e valores para a conclusão da obra.
Congonhas
Em resposta às críticas que vem recebendo pela retomada das escalas e conexões de vôo em Congonhas, o ministro disse que elas foram feitas porque o número de passageiros naquele aeroporto foi reduzido de cerca de 18,5 milhões, em 2006, para cerca de 15,5 milhões, em 2007, e será mantido assim. Com a redução, a operação do aeroporto "está em segurança".
O objetivo ao acabar com escalas e conexões foi principalmente o de desafogar as áreas de check-in, porque, como está hoje, depois da crise aérea de 2007, o passageiro que embarca em Curitiba e vai para Brasília, por exemplo, tem de descer, se reapresentar, fazer novo check-in, tudo como se fosse um novo vôo.
"Quem ganha com isso? Ninguém", disse Jobim, lembrando que, atualmente, se o primeiro vôo atrasa e o passageiro perde o segundo, a companhia não se responsabiliza. Sendo escala ou conexão, vai ter que se responsabilizar.
Auditoria
O ministro da Defesa anunciou também que irá contratar "uma auditoria ou consultoria" para fazer uma avaliação completa e detalhada do sistema de controle de tráfego aéreo no Brasil, que ficou exposto depois do choque entre um jato Legacy e um Boeing da Gol em 29 de setembro de 2006 e gerou o chamado "caos aéreo".
Há cinco empresas no mundo que fazem esse tipo de auditoria, e Jobim disse que não há ainda definição sobre qual delas será contratada para o trabalho, que ele espera ver concluído no prazo máximo de um ano para "mudar o que for necessário".
Fonte: Folha de São Paulo (25/01/2008)
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