Pilotos alvos de ataques a laser relataram flashes que os deixaram desorientados, dor, espasmos, manchas na visão e até cegueira temporária.
Doca de transporte anfíbio da marinha chinesa Jinggang Shan é vista em uma imagem divulgada pelos militares australianos neste sábado (Foto: Australian Defence Force) |
Um navio de guerra chinês usou um laser para ‘iluminar’ um jato da Força Aérea Australiana no que Canberra chamou de “grave incidente de segurança” em um comunicado divulgado neste sábado (19).
“Atos como esse têm o potencial de colocar vidas em risco, disse o comunicado da Força de Defesa Australiana, acrescentando que condena fortemente a “conduta militar não profissional e insegura”.
Pilotos alvos de ataques a laser relataram flashes que os deixaram desorientados, dor, espasmos, manchas na visão e até cegueira temporária.
“Durante as fases críticas do voo, quando o piloto não tem tempo suficiente para se recuperar, as consequências da exposição ao laser podem ser trágicas”, aponta um documento da Administração Federal de Aviação dos EUA.
Dois navios de guerra do Exército de Libertação Popular da China são vistos em uma imagem divulgada pelos militares australianos depois que um dos navios colocou em perigo um avião australiano com um laser. O incidente ocorreu na terça-feira (15), disse o comunicado, quando um avião australiano P-8A, um avião de reconhecimento e guerra antissubmarino, sobrevoava o mar de Arafura, o corpo de água entre o Território do Norte da Austrália e a ilha de Nova Guiné até o norte.
O navio da Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLAN) que apontou o laser para o jato australiano era um dos dois navios de guerra que navegavam para o leste, através do Mar de Arafura na época, disseram os militares australianos.
Fotos divulgadas dos navios chineses mostram que são o destróier de mísseis guiados Hefei e a doca de transporte anfíbio Jinggang Shan.
A Austrália não disse qual dos dois navios apontou o laser para a aeronave australiana. Após o incidente, os navios chineses passaram pelo Estreito de Torres para o Mar de Coral, segundo o comunicado.
A China não fez comentários imediatos sobre as alegações australianas. O incidente não é o primeiro relato de embarcações chinesas apontando lasers para aeronaves australianas.
Em maio de 2019, pilotos australianos disseram que foram alvos várias vezes de lasers comerciais durante missões no Mar da China Meridional. E em um relatório em junho de 2018, oficiais militares dos EUA disseram à CNN que houve pelo menos 20 incidentes suspeitos de laser chinês no leste do Pacífico de setembro de 2017 a junho de 2018.
As tensões militares entre a China e a Austrália aumentaram e aumentaram em novembro, quando Canberra disse que estava entrando em um pacto com os Estados Unidos e o Reino Unido para adquirir submarinos movidos a energia nuclear.
No dia em que o sub-acordo foi anunciado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijan, disse que a Austrália deveria “considerar seriamente se deve ver a China como um parceiro ou uma ameaça”.
Via CNN
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