Elizeu da Silva, descendente de escravos refugiados no Quilombo Capão Negro, conta que as 180 famílias de origem quilombola querem ser ressarcidas de alguma forma. Xum Xum, como é conhecido, diz que a indenização pode ser paga com terras ou com dinheiro.
Ele conta que no dia 03 de agosto de 2009, a Fundação Cultural Palmares reconheceu o quilombo. A Associação dos Remanescentes do Quilombo Urbano Capão Negro recebeu um certificado da fundação distinguindo seu valor na história afro-brasileira. Agora, segundo ele, falta a Infraero reconhecer a história do Capão Negro e indenizar os remanescentes.
Um estudo do historiador Ubaldo Monteiro aponta que comunidade começou a se formar a partir da fuga dos escravos da região de Cuiabá, mesmo após a (não reconhecida por muitos) abolição da escravatura em 1888. De acordo com o estudo, os quilombolas conseguiram viver sem interferências no local até 1937.
Com a criação do Município de Várzea Grande, em 1948, o então prefeito Julio Domingos de Campos batizou as referidas terras de “Colônia União” e doou 700 hectares das terras do Capão de Negro à Infraero. Os negros então foram retirados da região e transferidos para lotes num local chamado por eles de “Roção”, atualmente centro do Bairro Cristo Rei.
O Capão de Negro também perdeu uma área de 200 hectares, em 26 de abril de 1948, para a Construção do Seminário Cristo Rei, onde hoje funciona o Universidade de Várzea Grande (UNIVAG).
Fonte: Lucas Bólico (Olhar Direto) - Foto: DaniloSL
Nenhum comentário:
Postar um comentário