domingo, 21 de dezembro de 2008

Toda a restrição só prejudica o consumidor, diz presidente da Anac

A economista Solange Vieira, presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) defende o fim das restrições de operação no Santos Dumont, no Rio. Em entrevista ao Globo, ela argumenta que governador Sérgio Cabral "é contra quer fazer "decolar" o Galeão". Segundo Solange, a concorrência será maior se o Santos Dumont funcionar sem restrição.

- Não enxergamos nenhum problema de segurança no Santos Dumont. Ele tem uma pista menor e que não suporta aviões que decolem muito pesados. Esse tipo de restrição faz com que o aeroporto comporte vôos curtos e com volume de passageiros menor. Esse perfil de vôo "bate-e-volta", hoje usado na ponte aérea, vai acabar sendo o perfil do Santos Dumont. O Galeão é um aeroporto de longa distância e linhas internacionais e não conseguiu avanços depois do fechamento do Santos Dumont. No entanto, as empresas estão começando a pedir vôos para o Galeão só agora e por causa do limite de Guarulhos. Um dos argumentos do governo do Estado é de que é preciso valorizar o Galeão, que vai ser privatizado, já que vem aí a Copa do Mundo e, quem sabe, as Olimpíadas.

Funcionária de carreira do BNDES e ex-da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), Solange foi levada ao cargo há um ano com missão de preparar um marco regulatório para a concessão de aeroportos, traçar uma política de céus abertos para o país e, principalmente, de evitar um novo caos aéreo. Ela contou não ter informações de que a ameaça de greve nos aeroportos se desenvolveu, mas que em princípio, a paralisação seria do dia 24 para dia 25, que normalmente tem fluxo de passageiros muito reduzido.

A presidente da Anac também explicou que se até agora ninguém foi punido pelo caos aéreo de 2006, é porque nada foi julgado .

- Uma coisa que nos incomoda muito é o volume de autos de infração. São 29 mil processos. Montamos juntas de julgamento e recursos e começamos a colocar isso em votação, mas a nossa prioridade são os processos que vão prescrever. A preocupação é acabar o mais rápido possível e dizer que, no meio do ano que vem, somente os processos do ano estarão em julgamento.

Fonte: O Globo

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